Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

PROCESSO DE FRAGMENTAÇÃO DESGASTA O POTENCIAL DE MARCELO QUEIROGA EM JOÃO PESSOA

Publicado em 31 de janeiro de 2024

Pesquisas de intenção de votos, realizadas em todas as capitais do Brasil pelos mais diversos Institutos – inclusive os subsidiados pelo Consórcio Midiático da velha mídia – apontam baixo desempenho e rejeição radical ao PT, por extensão aos candidatos apoiados pelo Presidente Lula. João Pessoa se inclui como reduto deste vasto campo dominado pela Direita Conservadora, Cristã, Patriota e Bolsonarista.

Cícero Lucena – fênix que ressurgiu das cinzas – alquimista praticante, crédulo da neurolinguistica, aferrou-se à fé de seus sonhos. Persistente, após várias derrotas apoiando candidatos de sua preferência, e ele mesmo disputando (2016), esbarrou em seus limites, estancando no segundo turno. Evoluindo com o aprendizado das derrotas, enxergou a lógica dos acertos. Vitorioso é aquele que acerta nos erros cometidos pelos adversários.

O resultado das urnas de 2022 – eleições presidenciais – ratificou o comportamento “cosmopolita” do eleitor de João Pessoa, que abominou o estilo das malfadadas alianças, formalizadas sob a égide do fisiologismo, cujo principal objetivo é conquistar o poder, dividi-lo em “castas privilegiadas”, tapeando as boas intenções da população, usada como “massa de manobra”, manipuladas pelo marketing político.

Nilvan Ferreira, Sérgio Queiroz, Cabo Gilberto e Wallber Virgolino impuseram uma derrota a João Azevedo e a Cícero Lucena sem precedentes no histórico de campanhas da Capital do Estado. Dois grandes Exércitos – governo do Estado e PMJP – foram derrotados pelas desarticuladas tropas “Brancaleone”.

O núcleo inteligente que orienta Cícero Lucena, bem mais aparelhado e pragmático que a “bolha” ideológica que enclausura JoãoAzevedo, optou pelo inteligente projeto de fragmentação das oposições. Com ajuda da velha mídia e explorando as vaidades pessoais, distanciaram Sérgio Queiroz, Nilvan, Cabo Gilberto e Wallber. Cícero está construindo o seu adversário, o antigo aliado, hoje velho freguês de insucessos, deputado federal Ruy Carneiro. Mas, como todo projeto tem seu ínfimo percentual de insucesso, acendendo uma vela para Deus e outra para o Diabo, Cícero quer também o PT no seu palanque. Este erro pode levá-lo à derrota.

Marcelo Queiroga foi um dos melhores ministros do governo Bolsonaro. Lidou com a epidemia da COVID-19, esteve no Ministério da Saúde até o final do governo, sobreviveu a espalhafatosa CPI eleitoreira, evitou colidir com o STF e deixou o governo desfrutando o mesmo nível de respeito que Tarcísio de Freitas, hoje governador de SP.

O calendário avança. Amanhã é fevereiro, e restam apenas 218 dias para o primeiro turno do pleito municipal de 2024. Alguém tem que calçar as sandálias da humildade, abdicar provisoriamente de suas aspirações maiores, e buscar a conciliação. Trabalhar um diálogo altruísta, entre Marcelo Queiroga, Sérgio Queiroz, Nilvan Ferreira, Cabo Gilberto e Wallber é o grande desafio da Direita.

Wellington Roberto, para segurar o comando do seu partido, não é a pessoa indicada. Bolsonaro, se intervir, pode machucar alguns de seus fiéis seguidores. Só o Pastor Sérgio Queiroz e o próprio Marcelo Queiroga são quem dispões desta capacidade aglutinativa.
O que falta para o quinteto unir-se?