Emir Gurjão

Pós graduado em Engenharia Nuclear; ex-professor da Universidade Federal de Campina Grande; Secretário de Ciências, Tecnologia e inovação de Campina Grande; ex-secretário adjunto da Representação do Governo da Paraíba, em Campina Grande; ex-conselheiro de Educação do Estado da Paraíba.

Os ignorantes donos da verdade absoluta

Publicado em 8 de novembro de 2024

Aqueles que, na esquerda, acreditam possuir a única verdade política e desqualificam qualquer opinião divergente adotam uma postura que limita o próprio desenvolvimento da política e impedem o surgimento de novos caminhos. Ao se recusarem a considerar novas abordagens e soluções que contemplem melhor os anseios da sociedade, esses setores abraçam uma visão reducionista e inflexível, que acaba por empobrecer o debate. A política, com sua complexidade e nuances, exige respostas adaptáveis e inovadoras, mas ao se apegarem rigidamente a uma ideologia e ignorarem a pluralidade da realidade, muitos desses “donos da verdade” restringem o crescimento coletivo e corroem o espírito democrático que afirmam defender.

A imposição de uma visão absoluta, somada ao silenciamento das vozes discordantes — onde o diálogo é substituído por rótulos depreciativos e ofensivos —, transforma o ambiente político em um espaço hostil e improdutivo. Ao desqualificar e humilhar o pensamento diferente, cria um ciclo vicioso de desinformação, onde apenas as mesmas ideias ressoam, enquanto perspectivas alternativas, que poderiam trazer soluções mais eficazes, são sumariamente eliminadas. Paradoxalmente, essa postura reflete uma insegurança profunda, uma resistência a testar sua visão e possivelmente aceitar novos rumores.

Ao sufocar o diálogo e se recusar a ouvir novas ideias, esses grupos acabam por promover um tipo de intolerância que leva a um retrocesso intelectual e moral. Em vez de construir pontes para uma sociedade mais inclusiva e adaptada aos desafios atuais, erguem barreiras que isolam e limitam a criatividade e o progresso. Para que a esquerda realmente contribua para o amadurecimento da sociedade, é fundamental aceitar que a política é um campo de aprendizagem contínua e de troca de ideias, onde a diversidade de pensamento deve ser celebrada. É preciso sair da guerra de egos e considerar que nenhum grupo detém sozinho todas as respostas para os complexos desafios sociais.

Escrito por Emir Candeia Gurjão , as 06:16 do dia 8 de Novembro de 2024