
Marcelo Rubens Paiva critica Hugo Motta por minimizar atos de 8 de janeiro
Publicado em 10 de fevereiro de 2025Marcelo Rubens Paiva criticou Hugo Motta (Republicanos-PB) após o presidente da Câmara minimizar os atos de 8 de janeiro de 2023. O escritor, filho do ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar, se manifestou no X sobre a fala do parlamentar.
– “Novo presidente do Câmara demonstra que Brasil continuará no atoleiro e nunca alcançará a democracia plena. O desequilíbrio no caso não é das penas, é dele mesmo”, escreveu.
HUGO MINIMIZA ATAQUES
Na sexta-feira (07), Motta afirmou em entrevista à rádio Arapuan de João Pessoa que os ataques ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do Planalto não podem ser classificados como tentativa de golpe de Estado.
– “Foi uma agressão às instituições, uma agressão inimaginável, ninguém imaginava que aquilo pudesse acontecer. Querer dizer que foi um golpe? Golpe tem que ter um líder, golpe tem que ter uma pessoa estimulando, apoio de outras instituições interessadas, como as Forças Armadas. E não teve isso. Ali foram vândalos, baderneiros, que queriam demonstrar sua revolta achando que aquilo ali poderia resolver talvez com o não prosseguimento do mandato do presidente Lula”, declarou.
CRÍTICAS ÁS PUNIÇÕES
O parlamentar também defendeu que as condenações não sejam excessivamente rígidas para pessoas que não cometeram atos violentos durante os ataques.
– “Você não pode penalizar uma senhora que passou na frente lá do Palácio, não fez nada, não jogou uma pedra e receber 17 anos de pena para regime fechado.
Há um certo desequilíbrio nisso. Nós temos de punir as pessoas que foram lá, que quebraram, que depredaram, essas pessoas sim, precisam e devem ser punidas para que isso não aconteça novamente. Mas entendo que não dá para exagerar no sentido das penalidades com quem não cometeu atos de tanta gravidade”, argumentou.
Motta reconheceu que a proposta de anistia aos condenados do 8 de janeiro enfrenta resistência no Congresso e pode gerar tensão com o Supremo Tribunal Federal e o governo federal.
– “Não podemos inaugurar o ano legislativo gerando mais instabilidade. Teremos de, em algum momento, em diálogo com o Senado, combinar como faremos com esse tema. Vamos sentindo o ambiente na Casa. Não faremos uma gestão omissa. Enfrentaremos os temas, mas com responsabilidade e sem tocar fogo no país”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo.
Ele negou que a tramitação da anistia tenha sido uma exigência do ex-presidente Jair Bolsonaro para apoiar sua eleição à presidência da Câmara, mas admitiu que o tema foi abordado durante as negociações.
Fonte: MSN