Flores pra elas todos os dias

Comemora-se o Dia da Mulher quando as águas de março estão fechando o verão, no entanto, sob o prisma do romantismo, deveria ser comemorado na Primavera, no desabrochar das flores. “Dar uma flor a uma mulher é uma representação universal e clássica de sensibilidade e harmonia”, sugere a definição. Paradoxalmente, falta sensibilidade humana à maioria dos homens que costumam ofertar flores às suas amadas.

A primeira oferta de um buquê de flores é um engodo do pretendente, que visa tão somente a conquista, logicamente relevando a raridade das exceções. Após positivada a intenção, se dão buquês floridos em datas especiais, como Dia dos Namorados, aniversário, seus atos no dia a dia costumam ser motivos de desarmonia ou causas de constrangimentos para elas.

Não adianta ofertar flores em datas comemorativas e, na convivência cotidiana, espetar espinhos. Então, melhor não dar buquês uma, duas vezes no ano, mas jogar-lhe, sempre, pétalas de companheirismo em forma de serviço todo dia, se necessário. Isto se na casa não tem especialista nos trabalhos domésticos ou nos dias de ausências deste.

Há muitas maneiras de se ofertar flores à mulher amada todos os dias. Jogar-lhe flores no levantar do casal, quando ela dobra o cobertor usado durante a noite e ele, disfarçadamente, forra a cama; quando ele lava as louças do café da manhã, que ela com tanto carinho preparou. Inacreditável que ainda tenha marido que sequer faz o seu prato, depois que a mulher passou horas e horas da manhã cuidando do almoço.

Posso estar parecendo ser contra o homem levar buquês florais à mulher. Não, não sou oposição cerrada a essa gentileza, e acho um gesto lindo e necessário, pelo que representa. Desde que no cotidiano as flores do companheirismo sejam-lhe ofertadas em forma de serviços, de ajuda mútua. Então, flores pra ela todos os dias. Elas, que carregam a ternura das flores. E buquês surpresa de vez em quando.

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