Vereador bolsonarista chamado em off de “filhote da ditadura” permite que vice presidente do PCdoB sofra agressão em plenário quando refutava calúnias de edis à legenda

Publicado em 18 de março de 2022

Na vergonhosa confusão que acabou com o vice-presidente do PCdoB de Campina Grande, José do Nascimento Coelho, agredido por seguranças do Legislativo sob as vistas de vereadores e do prefeito Bruno Cunha Lima, que participava de audiência pública sobre mudança no sistema de transportes coletivos da cidade, coube ao imaturo bolsonarista Valdeny Santana (DEM), que temporariamente presidia a sessão, todo o acirramento de ânimos quando cortou o microfone do sindicalista cerceando-lhe o direito à fala.

Coelho foi agredido com uma “gravata” por um guarda municipal e expulso da sessão especial que tratava de mobilidade urbana. Ele é diretor e ex-presidente do Sindicato dos Comerciários de Campina Grande, além de vice-presidente municipal do PCdoB e dirigente estadual.

Conforme seu relato, estava usando da palavra na Câmara (em nome da CTB), para tratar sobre o novo sistema de transporte público da cidade e, no fim do discurso, aproveitou para repudiar ataques ao seu partido feitos na tribuna por alguns edis no dia anterior após reprovação de voto de aplauso pelos 100 anos da sigla.

– “É o meu direito que tenho de repudiar as agressões patrocinadas pelos vereadores em sessão recente: Pastor Breno, taxando meu partido de ter Lúcifer como líder, enquanto Alexandre do Sindicato disse que o PCdoB mandava matar companheiros. Meu partido tem 100 anos de história e não admito essas agressões feitas por representantes do povo”, disse.

Em dado momento da fala, conforme ainda o relato de Coelho, o vereador presidente da sessão, Valdeny Santana (União), determinou que o microfone que ele usava fosse desligado, além de ter determinado que os guardas municipais o retirassem do local.

– “Mesmo assim continuei falando, inicialmente sobre a situação dos transportes coletivos em nossa cidade e já no final, sobre o meu partido. Em seguida fui abordado pelo Guarda Municipal de nome Montenegro, que me aplicou uma “gravata”, conforme consta no BO formalizado na Central de Polícia Civil.

O boletim policial dá conta que o Guarda Municipal segurou seu pescoço fortemente entre três e cinco minutos. Coelho pediu providências quanto às agressões sofridas.

Na versão de Valdeny Santana Coelho estava desrespeitando os vereadores com suas palavras e, por isso, o clima teria esquentado.

Fora o inflamado vereador Alexandre do Sindicato, que permanece reiterando suas ácidas e caluniosas críticas ao PCdoB, vereadores ouvidos pela reportagem d’APALAVRA, alguns em off classificando Valdeny de “filhote da ditadura”, lamentam o infausto acontecimento e entendem que se a sessão estivesse sob comando conciliador do presidente de fato e de direito da Casa, Marinaldo Cardoso, a deplorável cena não teria acontecido.

Fonte: Da Redação