Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

VENEZUELA PROVOCA TSE SOBRE ELEIÇÕES DE 2022

Publicado em 31 de outubro de 2024

Revelações recentes do Procurador Geral da Venezuela, endossadas ontem por Nicolás Maduro, reacenderam brasas sob cinzas, com pequenos focos de chamas já se espalhando nas redes sociais, questionando a lisura do pleito presidencial de 2022 no Brasil. O resultado ainda é contestado por grande parte da população, que tem observado a impopularidade do presidente Lula, confirmada agora nas eleições municipais com o declínio surpreendente de sua legenda (PT), principalmente nas regiões, que segundo o TSE, lhes deu a vitória em 2022: municípios do Norte/Nordeste.

O estremecimento das relações” siamesas” Chavistas/Lulistas – amizade surgida na fundação do Foro de São Paulo – tem como culpado ou responsável o diplomata Celso Amorim, escalado pelo presidente Lula para representar o Brasil como um dos poucos observadores internacionais, escolhidos a dedo e aceitos por Maduro, para testificar a legitimidade do pleito.

Estranhamente, o TSE se recusou a enviar um dos seus membros.

A Colômbia, governada pelas esquerdas e presentes nas eleições venezuelanas, foi o primeiro país a denunciar que houve fraude. Celso Amorim, ainda em Caracas, teve conversas reservadas com Maduro e concedeu entrevistas com posições distintas. A CNN dos Estados Unidos assegurou que só acataria o resultado com a publicação das Atas – documento semelhante ao BU – Boletim de Urnas aqui no Brasil. Entretanto, na CNN Espanhola e Brasileira, a versão foi outra. Acreditava na vitória de Maduro, e a divulgação oficial das Atas seria uma questão de tempo (?).

Oposição organizada – exército de voluntários – ficou colada nas mesas coletoras dos votos. Ao encerrarem a votação, exigiu as Atas. Quase todos forneceram. Imediatamente, enviaram cópias para uma central paralela de totalização dos votos. Conseguiram ainda 80%, até que o CNE – Conselho Nacional Eleitoral, percebesse a derrota, e proibisse de fornecer os 20% restantes.

Mesmo faltando 20%, e se todos estes votos fossem computados em favor de Maduro, a oposição venceria o pleito. O resultado foi esmagador: 74% para Edmundo González, 14% para Maduro, 12% nulos e brancos. Mesmo sem as Atas, o CNE convocou Nicolás Maduro, e o declarou vitorioso. Há cerca de quarenta dias, Edmundo González conseguiu exilar-se na Espanha, depois de assinar um termo como derrotado. Em Madri, o Congresso Espanhol se reuniu e por unanimidade declarou Gonzáles como presidente eleito da Venezuela. A grande mídia internacional trouxe de volta às manchetes as eleições venezuelanas. Celso Amorim, abordado mais uma vez sobre o tema, definiu sua posição: o Brasil só aceita a vitória de Maduro com a publicação das Atas e o reconhecimento internacional de sua autenticidade.

O Procurador Geral da Venezuela, através da mídia internacional, respondeu: “qual a diferença de nossas eleições para a do Brasil em 2022? Seu resultado foi anunciado na sala do CNE (TSE). Bolsonaro pediu recontagem e negaram”.

Ontem, Nicolás Maduro se queixou da traição de Lula: “fui apunhalado pelas costas… O Brasil nos impediu de ser membro dos BRICS, exigindo as atas da eleição”. Por que Alexandre de Moraes ainda não permite a recontagem dos votos de 2022? Nas duas abordagens, TSE ou ministro Alexandre de Moraes não responderam aos Venezuelanos. O prazo para o TSE implantar o voto impresso se vencerá em 03/10/2025. O Congresso tem discutido até o sexo dos anjos. Mas, e o voto impresso?