Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
VENEZIANO: O GRANDE PUXADOR DE VOTOS PARA BRUNO
Publicado em 7 de junho de 2024Impossível minimizar os efeitos diligentes do senador Veneziano Vital do Rêgo, e seu aguerrido empenho no projeto político que abraçou – empreitada da reeleição do prefeito Bruno Cunha Lima – ocupando o espaço voluntariamente abandonado pelo sucessor do poeta Ronaldo, ex-governador Cássio Cunha Lima, que tem demonstrado a mais completa inapetência pelo tema, e destino político do Clã na cidade.
No momento de bater na mesa e decidir o destino do grupo – evento ocorrido há cerca de quatro meses – Cássio Cunha Lima se comportou como “Pilatos”. Lavou as mãos sobre a felonia de bastidores, envolvendo seus primos. Numa abordagem da crônica política, encerrando o debate e fugindo de sua responsabilidade, Cássio foi enfático: “Eles são bem grandinhos, para resolverem este problema”.
Não foi justo em reconhecer que todo prefeito, governador ou presidente eleito torna-se um natural postulante à reeleição. Ele ou Romero aceitariam, o que ora querem empurrar goela abaixo em Bruno? Abdicarem do direito de eleger-se e se permitirem ser substituídos por outros? Por que Romero não abriu mão de sua reeleição e entregou a PMCG a seu vice Ronaldinho? Pelo contrário, descartou ele e trouxe Enivaldo Ribeiro, adversário que lançou sua filha como candidata em 2012.
Por outro lado, observe-se o “fastio” de Cássio Cunha Lima e seu desejo de afastar-se do “banquete” degustado no mundo político. Foi o único ausente no lançamento da pré-candidatura de seu filho Pedro, na disputa de 2022, para o Governo do Estado. Até hoje não digeriu a derrota de 2014, para Ricardo Coutinho, muito menos a humilhação imposta pelas urnas em 2018 quando foi o quarto colocado para o Senado da República – alto clero – que o prestigiou como vice-presidente. Ser derrotado por Luíz Couto, numa campanha onde o PT só não foi “destroçado” na Paraíba? Perdeu o elã, e talvez tenha aceitado (precocemente) sua compulsória da vida pública.
Romero não confia em João Azevedo. Ficou patente quando não aceitou ser o seu vice em 2022. Hoje, seria o candidato do governador, com poder de caneta para reeleger-se. Não acredita nos Ribeiros. Viu a manobra de Aguinaldo para plantar o vice do governador, e sem o menor constrangimento fazer campanha contra ele próprio.
A decisão de Romero passa pelo Republicanos, e depende do deputado Adriano Galdino. Romero só decidirá ser candidato se Adriano aceitar que sua filha médica venha compor a chapa como vice. Jhonny Bezerra, e uma série de outros nomes, não dispõem de estrutura para enfrentar uma “máquina” como a PMCG, com Veneziano e Ronaldo Cunha Lima Filho em campo. Em tempo, ninguém topa apostar contra Ronaldo Cunha Lima Neto, já projetado como o vereador mais votado e preenchendo o espaço sempre negado ou negligenciado a seu pai, Ronaldinho.
Fazendo uma analogia ao futebol, Ronaldinho foi o craque sempre convocado para a copa. Mas, ficava no “banco”. A única partida que disputou foi em 2012, e deu conta do recado. Ao lado de sua mãe Glória, andaram casa a casa em Campina e elegeram Romero.