Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

UM PROVÁVEL FENÔMENO COZETE 

Publicado em 1 de agosto de 2022

A Convenção do PSDB realizada ontem (31/07/2022) em Campina Grande se constituiu no “elemento surpresa” que, doravante, dará um novo rumo à disputa pelo Governo do Estado. Foi o maior acontecimento político ocorrido na cidade – neste ano de 2022 – com vistas às eleições de outubro próximo. O que nos deixou perplexo foram as brasas sob as cinzas voltarem a ser chamas.

Em poucos dias, Pedro Cunha Lima ganhou “musculatura” e demonstrou estar com fôlego de maratonista, pronto para chegar até o final da competição no dia 02/10/2022. Pelas redes sociais, vimos toda a “terceira idade”, que se alimenta diariamente de política – frequentadores assíduos da Praça da Bandeira (Café Aurora) e Calçadão (Café São Braz) unidos e vestidos de amarelo, vibrando numa multidão repleta de jovens.

Levantamento de “olheiros” contabilizaram mais de 100 ônibus, que trouxeram caravanas de todo o compartimento da Borborema – região com quarenta e dois municípios – onde se concentram mais de 1,2 milhões de eleitores – e outros da região do Sabugy, redutos de Efraim Filho, que compôs a chapa de Pedro como candidato ao Senado da República. Motivos suficientes para disparar o “sinal de alerta” no Palácio da Redenção.

Ex-senador Cássio Cunha Lima deve ter revivido seus melhores dias, ao ser recebido com a mesma euforia popular dos anos 90/2010. Maioria de seus seguidores estava lá, para abraça-lo, transformando-o na maior atração do evento. Talvez tenha se perguntado – até com remorso – por que esteve tão distante de sua gente!? Romero Rodrigues confirmou que será um soldado na linha de frente no exército de Efraim Filho. De última hora, apareceu o vice de Pedro, ex-deputado estadual Domiciano Cabral, que comandará a votação de Bayeux, Santa Rita; João Pessoa e Cabedelo.

Como quem move campanha são “fatos novos”, e a história as vezes se repete, nos veio a lembrança as eleições municipais de 2004 em Campina Grande, quando Cozete Barbosa como prefeita foi candidata à reeleição e não alcançou o segundo turno. A reviravolta, ou motim, começou com o abandono de alguns secretários que vinham da gestão Cássio Cunha Lima, da qual foi vice.

O desconforto dos “tucanos” rebeldes levou à construção “improvisada” da candidatura de Rômulo Gouveia, então presidente da ALPB. Muito embora magoado com Cozete, José Maranhão do MDB era Lulista, como a prefeita. Temendo mais uma vitória esmagadora dos Cunha Lima, decidiu ao lado de Ney Suassuna lançar o vereador Veneziano Vital do Rego a prefeito. Mas, o “cabeludo” não tinha sequer um vice. Convocado por Maranhão e Ney, José Luís Júnior – que tinha abandonado a vida pública – aceitou ocupar a vaga da chapa provisoriamente, até arranjarem outro. A campanha “pegou fogo” e polarizou-se entre Rômulo e Veneziano, que arrastava a maioria da juventude.

No dia 03/10/2004 o “Cabeludo” alcançou o segundo turno, e disputou com Rômulo Gouveia. Cozete ficou fora – mesmo tendo todo o apoio e empenho do Presidente Lula – que mandou para Campina Grande Duda Mendonça para reelegê-la. Se Veneziano não desistir – comentários de ontem – a Rainha da Borborema terá dois candidatos a governador, e um a vice. O espaço começa a ficar apertado para João Azevedo, pois ainda tem os “Bolsonaristas” radicais – que não votarão nos campinenses, optarão por Nilvan Ferreira. João Azevedo corre o risco de ser “carcado”. Em João Pessoa baterá de frente com Nilvan. Campina Grande se dividirá entre Pedro e Veneziano. Nos flancos, está sendo “furado” pelas ações de Veneziano/Pedro/Efraim, que estão atacando os 167 prefeitos fotografados ao seu lado, prometendo apoio. A batalha está apenas começando…