UCES supera CEHAP e é contemplada com programa do Governo Federal para construir 496 unidades habitacionais em nove cidades da Paraíba

Publicado em 12 de abril de 2024

Ontem, dia 10 de abril, o Governo federal anunciou mais de 112,5 mil moradias através do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) nas modalidades Rural e Entidades, para todo o País.

As duas linhas de atendimento do programa habitacional receberão o total de R$ 11,6 bilhões em investimento e atenderão mais de 440 mil pessoas em áreas tanto rurais quanto urbanas.

A Paraíba será contemplada com 5.123 unidades, sendo 2.875 rurais e 2.248 para entidades.

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João Pessoa receberá a maior quantidade, com 562 unidades; Campina Grande será contemplada com 208 moradias.

O destaque dessa notícia, entretanto, fica para uma entidade cinquentenária – União Campinense de Equipes Sociais (UCES) – sediada em Campina Grande e a quem o programa confiou a construção de nada menos que 548 unidades habitacionais, em oito Municípios paraibanos:

– Campina Grande, 208 moradias;

– Cabaceiras (50);

– Gado Bravo (50);

– João Pessoa (40);

– Pararí (50);

– Sanya Helena (50);

– São João do Cariri (50); e

– São José dos Cordeiros (58).

Para se ter ideia da importância da UCES nesse projeto nacional, basta citar como exemplo que a poderosa CEHAP (Companhia Estadual de Habitação Popular da Paraíba) somente conseguiu liberação para construir 180 unidades.

A IMPORTANCIA DA UCES

A União Campinense das Equipes Sociais (UCES) congrega hoje 55 associações/sociedades/união de moradores da zona urbana de Campina Grande. Desta forma, a partir da UCES intensificou-se o trabalho comunitário social no Município.

A entidade tem por compromisso integrar as representações dos bairros, sendo um órgão superior de representação de Campina Grande, e sua relação com as SABs é de uma articuladora das demandas sociais viabilizando o diálogo com o poder público local como forma de participação efetiva nas mudanças da cidade.

A UCES dialoga com as secretarias municipais e atua em diversos conselhos como, por exemplo, o conselho de saúde, de educação, de transporte e assim consecutivamente.

Sua finalidade, desde a criação, era a de atender às necessidades básicas das demandas sociais, onde seus representantes deviam reivindicar perante o poder municipal resoluções das demandas das comunidades.

A fundadora do trabalho foi Irmã Ângela Beleza.

O ex-presidente, Oswaldo Trigueiro Castelo Branco, conseguiu uma verba junto a deputados estaduais para dar seguimento às atividades e juntou as sociedades de bairros (SABs) para mostrar que tinha vindo 12 contos de reis. Então, ele desceu um dia na rua onde ainda hoje está sediada a UCES (Padre Ibiapina), chamada à época de Beco do Açúcar, e viu uma plantosca no prédio para vender, ai ele reuniu as sociedades e pediu para que todos abrissem mão dos doze contos de reis e ele comprou o prédio pelo valor de doze contos de reis. Foi dinheiro fruto das sociedades de bairro, que os deputados encaminharam.

As SABs firmavam parceria com o Poder Público e por isso elas receberam os doze contos para ser dividido entre elas, mas como a UCES não tinha sede própria, isso por volta de 1972, o atual presidente teve a iniciativa de reunir as entidades para doar suas partes em prol de consolidar o espaço, que é a casa mãe de todos os associados.

Campina Grande foi a pioneira no movimento comunitário, que depois de anos se expandiu para a Capital e depois para cidades vizinhas.

A UCES passou a coordenar os movimentos existentes nas cidades paraibanas e posteriormente com o avanço das relações inter estaduais o movimento se organizou em nível nacional caracterizando uma entidade que fomenta as lutas nacionais desse movimento, que é a Confederação Nacional de Associações de Moradores (CONAM).

Através dessa atuação política no movimento nacional a UCES conseguiu através do Ministério doas Cidades credito solidário para construir 100 unidades habitacional no conjunto comunitário, um deles vizinho ao Rocha Cavalcante. Foi construído e entregues as cem unidades habitacionais e não parou por aí.

A partir de 2006 esse trabalho se intensificou com a construção de unidades habitacionais de interesse social em toda a Paraíba.

No Rocha Cavalcanti foi construído o Residencial Comunitário I, com 100 unidades; no Chico Mendes o Residencial Comunitário II, também com 100 unidades; e nas Malvinas o Residencial Comunitário III, com 208 unidades. Atualmente, em execução em Campina Grande, encontra-se o Residencial Comunitário IV, no Conjunto Aluizio Campos, com 496 unidades.

Preside a entidade hoje o suplente de Vereador “João da UCES”, que tem mantido o movimento como elo de ligação da associação de moradores, a união municipal que é a UCES, e a federação e a confederação que é a CONAM.

A UCES não detém nenhum vínculo ao Poder Público, se caracterizando uma organização de cunho civil, sendo, portanto, escolhas políticas das gestões os caminhos e a “cara” que a entidade vai ter durante determinado período.

Esta compreensão é partilhada pelo presidente João Batista (João da UCES), que afirma que sua maior preocupação na gestão é para a conscientização dos comunitários na valorização da autonomia política da entidade e dos seus representantes, como forma de coibir os atrelamentos políticos e as praticas clientelistas nas associações.

Destaca que a UCES tem se preocupado com a formação e capacitação de seus líderes comunitários como, por exemplo, a capacitação tecnológica para a informatização das associações e da própria entidade mãe. Esta iniciativa tem como objetivo atender as necessidades sociais da temporalidade atual como forma de educação digital para atender os associados. Como destaca João Batista, o movimento congrega desde o analfabeto ao profissional de formação superior, marcando desta maneira uma pluralidade do movimento e uma dinâmica de participação diferenciada e qualificada, onde a UCES procura incentivar a formação dos seus sócios.

Fonte: Da Redação