Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

TROPEÇO DE ARTHUR LIRA DESEQUILIBRA GOVERNO

Publicado em 4 de maio de 2023

Bastaram quatro meses, para o Governo do Presidente Lula se inviabilizar por completo no Congresso Nacional. A insensibilidade de sua equipe, confundindo resultado de urnas eletrônicas com prestígio e apoio popular – imaginando o povão ao lado do novo governante para “tratorar” o Parlamento – foi o maior de todos os equívocos registrado na história política do País. Soberba, insanidade, arrogância ou amadorismo?

Esquecendo a construção de sua própria carreira, trajetória vitoriosa – acertos em cima dos erros de Rodrigo Maia – Arthur Lira não observou o destino infausto de seu antecessor, causado por sua insensibilidade ao ignorar as redes sociais, onde todos postavam suas posições. E, como não bastasse, ainda iam às ruas para ratificá-las. Maia optou pela “bajulação” ao STF, seguindo ministros vitalícios que não precisam renovar seus mandatos a cada quatro anos. Taxava as manifestações pró Brasil, família, costumes e Religião como “domingueiras”, frase cunhada por Gilmar Mendes.

Censurar as redes sociais, entregando seu controle a um governo de esquerda! Lira não percebeu que estava sendo usado para mobilizar a Câmara, e editar uma nova versão do AI-5? Veracidade sobre as postagens, seriam avaliadas por Flávio Dino e Palácio do Planalto. Retrocesso ou retorno da “Voz do Brasil”, como única fonte de notícia “confiável”, no período dos governos militares? Um Pastor, se postasse que não concordava com a união entre pessoas do mesmo gênero, seria punido e banido das plataformas.

O PL 2630 é um estupro hediondo, revestido de violência brutal contra a nossa Constituição, que vem sendo currada pelo uso da força, de um poder que não pode. O STF foi constituído para ser o seu guardião, não seu algoz abusador. O mais intrigante é um parlamentar aceitar perpetrar crime de lesa pátria, em defesa dos interesses de grupos políticos, sob a premissa de se locupletar da ação. Como iriam derrubar uma cláusula pétrea da Carta Magna com um Projeto de Lei aprovado por maioria simples? Só se extingue uma cláusula pétrea com uma nova Constituição.

Se porventura esta Lei já estivesse em vigor, jamais veríamos as imagens dos vândalos destruindo o Palácio do Planalto, com apoio do Ministro do GSI, que sequer deu voz de prisão a um membro da gang – recrutada pelas OCRIM do narcotráfico – escalados para a tarefa de destruir a democracia.

Ministro Alexandre de Morais, o Xerife do País, atravessou a praça dos Três Poderes e foi primeiro ao Senado, para acrescentar suas “sugestões” no PL 2630. O Relator lhes confessou que nada mais poderia ser feito pela Casa Revisora. O poder de alterar o texto, era prerrogativa da Câmara. Sem marcar ou protocolar audiência, Morais se dirigiu para a Câmara e entregou a Arthur Lira suas “ideias”, para controlar a opinião pública e silenciar a voz rouca das ruas. Este mesmo ministro já se recusou atender inúmeras vezes convite para se explicar sobre seus atos, no Senado e na própria Câmara dos Deputados.

Males que vem para o bem: as gigantes Big Tech, hoje com poder destrutivo que supera todo o arsenal atômico do planeta, enfrentaram o “sistema” brasileiro em defesa da democracia. Foram as Big Tech que derrotaram Hilary Clinton e elegeram Trump. Em seguida, arrancaram-lhes da cadeira de Presidente da maior superpotência do planeta, de forma humilhante, bloqueando até suas contas nas redes sociais, impedindo-o que se comunicasse com o povo. Aliaram-se às Big Farma e fecharam o mundo com a COVID-19. Alexandre de Morais e o STF irão enfrentá-los? É bom lembrar que tudo o que eles falaram, seus passos e conversas, estão arquivados nos algoritmos das Big Tech. Se insistirem, os escândalos virão de fora para dentro do País, em forma de tsunami