Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
TRAGÉDIA GAÚCHA É ABUSADA PELAS ORCRIM E CORRUPÇÃO
Publicado em 8 de maio de 2024No último domingo, 05/04/2024, repetindo itinerário/script de sempre, o presidente Lula sobrevoou o Rio Grande do Sul pela segunda vez, principalmente as áreas inundadas, cidades alagadas, pontes e estradas destruídas.
Acompanhado do presidente do Senado, equipe de ministros e parlamentares, Lula prometeu “desburocratizar” (?) o envio de recursos emergenciais, entre 700 milhões e 1,040 bilhão de reais, prometidos há uma semana. Pelos estragos vistos por todo o País, através da TV e redes sociais, os valores estão muito aquém do montante suficiente, apenas para a reparação de rodovias, limpeza dos entulhos dos deslizamentos, destroços e muita lama deixada nas 183 cidades mais castigadas pelo dilúvio. Ao todo, são 379 dos 479 municípios, que sofreram prejuízos com as enchentes.
O senador Rodrigo Pacheco, ao lado de seus colegas (gaúchos), general Mourão e Paulo Paim, deu sua palavra garantindo o envio do dinheiro e a criação imediata de uma comissão para “fiscalizar” a devida aplicação (?). Já estão antecipando probabilidades de roubalheira? Na sala de crise, o ministro Rui Costa. Aquele, que no pior momento da pandemia do Covid-19 governava a Bahia, e com uma única “tacada” transferiu via PIX 40 milhões de reais para compra de respiradores, dinheiro destinado a uma manicure que morava ou “respirava” em São Paulo, num apartamento de 60 m2.
O decreto de calamidade pública do Governo Federal dispensa processos licitatórios. As compras, contratações de obras e serviços em caráter de urgência, não barganham preços. Tem uma turma, com Know-How adquirido na pandemia do COVID-19, pronta para agir. Mas, o obstáculo é o governador. Ele aceita “indicações”? Esta é uma das razões da “resistência” do Planalto em transferir recursos prometidos. Querem estabelecer um método “diferenciado”, para levarem seu quinhão sem o menor pudor ou sentimento humano, diante do flagelo vivido pelas vítimas gaúchas.
Na pandemia, o superfaturamento (roubo) foi generalizado. Os preços de luvas, álcool, máscaras, insumos hospitalares e de higiene e limpeza foram decuplicados. As grandes compras foram “Notas Fiscais”. O mínimo adquirido, entregue pelas empresas fornecedoras, tudo era “fantasma” e seus titulares “laranjas”. O STF usurpou prerrogativas do Presidente da República, e transferiu poderes para prefeitos e governadores.
Se já existe um decreto de calamidade pública, por que a Câmara tem que votar um decreto legislativo, ou uma PEC emergencial? para furar o Arcabouço Fiscal? A velha prática de criar dificuldades, para vender facilidades. Querem reabrir Serra Pelada…
A ideia é executar a tarefa via Ministérios, que serão monitorados pelos deputados, de olho em suas bases. O ano é de eleições municipais. Na visão de Brasília (dias atuais) “ajoelhou tem que rezar”. Não chegará um centavo a lugar nenhum, sem que deixe seu “gesto” através de simbólicos “óbolos”, na Esplanada e no Parlamento.
O governo dispõe de instrumentos para resolver o problema. Basta fazer um corte mínimo em seus gastos: 50% dos recursos destinados aos ministérios da Gestão e Inovação; Cultura; Desenvolvimento Agrário. O resultado somaria 4,5 bilhões de reais, quantia expressiva que atenderia a demanda. Mas, estes recursos já têm donos.
Arthur Lira está desconfiado da manobra do Palácio do Planalto. Porém, é refém de alguns de seus pares, que não permitem ao governo transferir recursos diretamente para o Estado e Municípios. A ação tem que ser realizada através deles, via “Emendas PIX”. Os gaúchos estão cercados por águas, bandidos do colarinho branco e marginais das favelas. Uma gente desumana, que tenta roubar o que resta daqueles que já perderam tudo.
Na capital Porto Alegre, com a maioria dos seus bairros às escuras, as gangues estão usando barcos e saqueando comércios, residências fechadas. Ontem à noite ocorreram diversos tiroteios. As Forças Armadas eram para estar presente, ter cercado estas áreas. A Força de Segurança Nacional, ao lado da Polícia, deveria estar prendendo, perseguindo e debelando a bandidagem.
Trabalhando duro no resgate e socorro às populações ilhadas, só o Corpo de Bombeiros, muitos voluntários, e poucos policiais.
Com dezenas de municípios desabastecidos, uma fila de caminhões – semelhante à Faixa de Gaza – estavam paralisados ontem nas rodovias, com destino ao Rio Grande do Sul. Agentes da Receita apreendendo pela falta da nota fiscal. Que tipo de nota existe para doações emergenciais? A PRF, pesando caminhões, multando e os impedindo de chegar ao seu destino, pelo excesso de peso. Será que toda esta maldade é orquestrada pelas ORCRIM? O Brasil está perdendo sua principal referência: a solidariedade do seu povo. Só as bênçãos divinas para salvar os nossos irmãos gaúchos.