Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
TOVAR É ALVEJADO COMO ESCUDO DE ROMERO
Publicado em 19 de junho de 2024O “sicário” midiático Fabiano Gomes alvejou ontem (18/06/2024), através dos microfones de uma emissora de rádio de Santa Rita, o deputado estadual Tovar Correia Lima por seu comportamento excêntrico de vestir um “colete à prova de balas” para proteger o sobrinho de seu sogro – Fernando Catão – ex-prefeito de Campina Grande, deputado federal, Romero Rodrigues.
Os efeitos foram devastadores para a imagem de Tovar. Estragos se assemelham a uma “rajada” mortal disparada de um fuzil AK-47. Fabiano no grito revelou fatos comprometedores, como a eleição de Tovar, que dependeu dele, comprando 631 votos na região de Cajazeiras. Crime eleitoral praticado por ambos, arrostando o MPE-PB, atestando a incompetência da instituição em fiscalizar a lisura de um pleito.
Fabiano Gomes topa qualquer tipo de “empreitada”. Submeteu-se até a “puxar cadeia”, por se envolver com esquemas de corrupção e compra de votos, manipulação de resultados eleitorais, levando consigo para o presídio de segurança máxima o empresário Roberto Santiago, proprietário de dois Shopping Center na Capital.
O que nos deixa perplexo é a fragilidade de algumas lideranças políticas do Estado, que se submetem a práticas criminosas – gastam fortunas – para conseguirem arrancar ou renovar um mandato eletivo, deixando-se enveredar pelos caminhos da ilegalidade. O lícito é conquistar o voto, mostrando ao eleitor seu trabalho como representante do povo e suas ações quando estão no poder.
Em meio às denúncias de Fabiano, dois tópicos são dignos de registro. O primeiro, foi ele confessar “que nesse tempo do episódio de Cajazeiras tinha um avião”. Um radialista ser proprietário de uma aeronave? Acho que foi um dos poucos do Brasil. Silvio Santos viaja para os Estados Unidos em avião de carreira, e na classe econômica. O radiojornalismo é sacerdócio, jamais será uma atividade formadora de milionários.
Outro destaque foi a leitura perfeita que fez sobre a insegurança de Romero Rodrigues. Em suas palavras, “Romero é capaz de fazer xixi na calça com a opção de escolher três banheiros em sua frente”. Que até para responder a hora – se alguém perguntar – ele olha para o relógio, e diz que a bateria descarregou. Porém, para chegar a Romero Fabiano não precisava atingir Tovar. Bastava disparar diretamente no alvo.
Finalmente lançou um desafio a Tovar: pedirem conjuntamente a quebra do sigilo telefônico de suas conversas, no período que praticaram um crime eleitoral na região de Cajazeiras.
Fabiano deu um tiro no seu próprio pé. Qual o respeito do ouvinte por um comunicador que ao invés de educar politicamente a população, se apresenta como um “salvador de mandatos”, com muito dinheiro, corrompendo às vésperas de uma eleição eleitores que não resistem ao “presentinho”? De resto, registre-se que infelizmente a trágica confissão de Fabiano – compra de votos – continua sendo uma realidade insofismável dos nossos dias.