Sucessão municipal: a reação do eleitor de João Pessoa

Publicado em 5 de julho de 2024

As dificuldades para encontrar uma “fórmula mágica” capaz de interagir com o eleitor de João Pessoa tem sido, ao longo do tempo, um dos maiores desafios enfrentados pelos “marqueteiros”. Nunca conseguiram acertar na “linguagem universal” – adequada para unir todas as classes sociais – levando-as a criarem paixão por um candidato, impulsionando sua campanha em ritmo crescente, até a vitória.

O pleito deste ano (2024) será um dos mais complicados e provavelmente com resultados surpreendentes. A propaganda oficial (horário gratuito) do rádio e da TV terá influência irrelevante. A comunicação predominante será a boa utilização das redes sociais, com os postulantes criando um canal direto com o povo, inclusive trocando mensagens. Palanques e concentrações animarão o eleitor cativo, num estilo “torcedor de futebol”, que frequenta o Estádio no dia que seu time joga. Não atrairão indecisos.

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Dados de uma pesquisa, vazados por um dos comitês dos pré-candidatos, registraram o crescimento rápido do ex-ministro Marcelo Queiroga, que alcançou dois dígitos, e se aproxima dos números de Luciano Cartaxo e Ruy Carneiro. Pelo visto, no início de agosto os três estarão “enrolados”. A principal curiosidade dos entrevistados, quando foram abordados nesta amostragem, era identificar quem estava com quem: Bolsonaro ou Lula? E vice-versa. A radicalização nacional terá forte influência no eleitor pessoense, na hora de decidir em quem votar.

João Pessoa, nas duas últimas décadas, vem se transformando em uma cidade com hábitos e comportamento “cosmopolita”. Mais de 60% de seus habitantes vieram do interior de todo o Estado, do vizinho RN e PE. São desconectados com a classe política local e poucos conhecem suas lideranças. A pesquisa revela que a maioria dos que foram ouvidos não sabem o nome do presidente da câmara de vereadores, nomes de secretários da atual gestão, e muitos votaram em branco para o parlamento mirim, ou não se recordam mais de sua escolha no dia da eleição de 2020.

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Ainda em posição confortável, permanece Cícero Lucena acima dos 30%, o tamanho exato da “máquina”, posição de todos os candidatos que concorrem à reeleição. Só na reta final, e com erros, pode haver alterações e cair dos 33%. Seu grande dilema é o mesmo de Ruy Carneiro. Ambos estão fora da briga – rixa ideológica – direita x esquerda. O “centro” é uma posição estéril, não fertiliza empolgação. O clima eleitoral é de um pastoril, só existem dois cordões.

A presença em João Pessoa (confirmada) de Jair e Michele Bolsonaro, acompanhados com toda a linha de frente do PL, e as principais lideranças Cristãs Pentecostais, alavancará, com força extraordinária, Marcelo Queiroga e o Pastor Sérgio Queiroz. Quanto a Ricardo Coutinho, o grande desafio é trazer Lula – no primeiro turno – acompanhado do seu séquito de lideranças nacionais, inclusive a “eminência parda” Zé Dirceu. Trará? Na premissa da presença de Lula em João Pessoa, vão convidar João Azevedo para o palanque? Como ficará o apoio prometido por Cícero Lucena ao PT em 2026? Se Lula não aparecer – pelo menos duas vezes – e pedir votos para seu candidato no primeiro turno, não encontrará palanque petista na segunda rodada.

Ricardo Coutinho quer vestir uma “saia justa” em João Azevedo, hoje maior liderança do Estado, certificado pelas urnas de 2022.

Fonte: Da Redação (Por Júnior Gurgel)