Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

SÍLVIO ALMEIDA: O BOI DE PIRANHA DA VELHA MÍDIA

Publicado em 10 de setembro de 2024

Ontem (06/09/2024), como previsto, o Congresso Nacional teve um dos seus dias mais movimentados da atual Legislatura, instalada em 02/02/2023. Diversas proposituras foram apresentadas por deputados e senadores – coletivas e individuais – em resposta aos eventos do 07 de setembro (2024), após mais uma vez ouvirem a voz rouca das ruas e decidirem interagir com o sentimento coletivo da manifestação pacífica, que pede harmonia entre os poderes, justiça e respeito à Constituição Federal.

Para o jornalismo sério, imparcial, comprometido com a verdade e qualidade da informação, a pauta principal “focaria” na mobilização da Av. Paulista, maior acontecimento político do ano. Infelizmente, os noticiosos das principais redes de TV destacaram a seca na Amazônia e Pantanal, as queimadas, e deram sequência à “fabricada” crise Sílvio Pereira. O boicote já era previsto. A tentativa de “esvaziar” o sete de setembro ocorreu na quinta-feira, que antecedeu a grande manifestação: o “escândalo” Sílvio Almeida. O presidente Lula, “mascarado” de Estadista, exonerou o ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida sob a grave acusação de “assédio sexual”. Quando? Onde? As vítimas registraram pelo menos um BO (Boletim de Ocorrência)?

A “operação” Sílvio Almeida foi mais uma infeliz ideia amadora dos “marqueteiros” palacianos – com aquiescência da velha mídia – cujo propósito era transformar o caso num espetáculo de horror e comoção nacional. Sílvio Almeida ocuparia todos os espaços da mídia, semelhante ao caso de Isabella Nardoni, Suzane von Richthofen… Não surtiu efeito. Pelo contrário, revelou a irresponsabilidade do Palácio do Planalto em nomear para este cargo um degenerado sexual (tarado) com histórico desde os tempos em que era professor universitário e assediava suas vítimas (alunas) com ameaças de reprová-las. Para ocupar um cargo federal, a ABIN faz uma varredura completa na vida do cidadão, desde a mais tenra idade. Por que o nomearam?

Diferente do estuprador, animal sádico que usa da violência sem enxergar a preferência sexual de suas presas, o assediador é um galanteador. A ministra vítima nunca escondeu sua opção sexual por mulheres. Protótipo fora das fantasias de um assediador. Anielle não apresentou sua versão. Uma professora endossou a acusação alegando ter sofrido o mesmo constrangimento, nas mesmas circunstâncias. Quem estourou a “bolha” foi a primeira dama Janja. Aniele e a professora estiveram sentadas ao lado do ministro, em uma reunião – momentos e tempos diferentes – e sentiram a mão “boba” de Sílvio, tentando apalpar (por debaixo da mesa) suas partes íntimas.

O episódio – mesmo que seja verdadeiro – desmereceu a atenção do grande público. Foi decodificado como mais uma “armação” emergencial, para desviar a atenção dos infortúnios vividos pelo governo e STF, dentro e fora do país, enxovalhando por completo a imagem do Brasil. Por que não divulgaram o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes (ontem) com número recorde de assinaturas? A pressão para instalar imediatamente a CPI do Abuso de Autoridade; PEC que limita os poderes do STF, e finalmente a Anistia para todos os inocentes presos, processados e condenados pelos atos de oito de janeiro de 2023 (?!) Só este último, as redes de TV – cumprindo pauta – dedicaram apenas dois minutos. Quanto a Sílvio Pereira, terá que deixar o país ou se esconder por um longo tempo, longe de ambientes públicos, para não ouvir em coro “fora tarado”.

A deputada estadual mineira, Macaé Evaristo, nomeada por Lula para substituir Silvio, é do “ramo”. Ré por corrupção, quando foi secretária municipal de Belo Horizonte e comprou 195 mil kits de fardamento escolar, superfaturados, a uma empresa inidônea.