

Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
SETOR PRODUTIVO COMEÇA A ROMPER COM O GOVERNO
Publicado em 11 de junho de 2024No último 03/05/2024, quando as águas dos rios gaúchos começaram a transbordar – efeitos do rompimento de um dique (represa) – Lula imediatamente lamentou: “perdemos a oportunidade de comprar o arroz da Venezuela” (?). Até então, registrava-se o aumento no volume das águas em toda extensão das bacias hidrográficas. Nem os meteorologistas anteviram chuvas acima de 300 milímetros, inundando várzeas, onde se formam lagos ou lagoas, áreas destinadas ao cultivo do arroz. Ao longo do período foi que constataram a existência do fenômeno “tempestade perfeita”. Nuvens carregadas vindas do Pacífico e do Atlântico, despejando simultaneamente volumes de chuvas, atingindo todo o Estado do Rio Grande do Sul.
Após os primeiros dez dias predominou o pânico, aflição, pedido de socorro das populações instaladas nas regiões ribeirinhas. De repente, “inventaram” o desabastecimento de alimentos (só arroz) em função das inundações. Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul se pronunciou, confirmando que 80% da safra já havia sido colhida e armazenada. Os estoques da CONAB dispunham de reservas. Desacataram totalmente a falta do produto na mesa do brasileiro. Mas, para os petistas – ignorando a tragédia – era uma oportunidade para meterem a mão no erário. Um leilão, para importar arroz, sob a justificativa da alta repentina do preço do produto.
Vencedores do leilão foram empresas de fachadas, criadas para competirem com os grandes atacadistas da área. Um jogo sujo, para gerar prejuízos ao agronegócio. A denúncia de mais um “esquema” foi feita ao TCU. Ontem (10/05/2024) o Governo começou a se antecipar, e “nomear” culpados. Segundo e terceiro escalão. E quem autorizou o certame? Por outro lado, por que ainda não anularam o leilão “dirigido” ?.
A alta dos preços não foi uma decisão mesquinha dos produtores. Atacadistas e setor de transportes tiveram seus custos elevados para escoar a produção. A “logística” foi comprometida, com as principais rodovias e ferrovias interditadas. Como atender todas as entregas, em questão de dias? Por que a CONAB não revelou as toneladas em seu estoque regulador? A ocasião faz o “ladrão”. O decreto de Calamidade Pública enseja a oportunidade de um “novo COVID”. Compras bilionárias, superfaturadas.
Em meio ao caos, o Governo atendeu o ministro Fernando Haddad, e empurrou uma MP (Medida Provisória) para compensar a desoneração, proibindo a compensação do PIS/COFINS da indústria. Os efeitos são devastadores. Levou o presidente da CNI a abandonar a comitiva do Governo e empresários, que estavam na China, e imediatamente voltar para o Brasil. Lula viajará para a Itália e deixará a bomba chiando.
O Congresso Nacional hoje (11/05/2024) terá o seu dia mais movimentado dos últimos tempos. Bancadas do agro, da indústrias, setor de serviços, todos estarão lá para exigir do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a devolução da MP, com parecer unânime de renomados juristas, apontando inconstitucionalidade. O setor produtivo do País romperá com o Governo. Ao seu lado, só permanecerá o PT e os bancos, que nunca ganharam tanto dinheiro com o “desenrola”. Contas perdidas, prescritas, sendo recobradas. O “desenrolado” que renegociou até 5 mil reais (pessoa física) e 20 para (pessoa jurídica), se deixar de pagar o parcelamento, o Tesouro Nacional honrará. Nos programas radiofônicos, a população mostra sua revolta. Entraram no “desenrola”, buscam novos empréstimos e os bancos estão negando. Todos permanecem na “lista negra”, sem direito ou acesso ao crédito.