

Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
SÉRGIO QUEIROZ É O PROJETO DE BOLSONARO NA PARAÍBA
Publicado em 11 de abril de 2025O grande desafio da direita conservadora e do “Bolsonarismo” é eleger 27 senadores em outubro do ano vindouro (2026), visando impedir o avanço do “ativismo judiciário”, invasivo e arbitrário e em plena expansão. Só o Senado tem poderes para fazer uma reforma no Judiciário, última batalha do saudoso ACM (Antônio Carlos Magalhães) que com idade avançada faleceu em meio ao combate, deixando a causa sem líder para continuar sua ofensiva.
Retomando a luta de ACM, o PL/direita necessita de maioria no Senado. Em alguns Estados, já são visíveis a impossibilidade das esquerdas (claudicantes) não alcançarem o ritmo da direita, como por exemplo Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso… Não dispõem de nomes competitivos. No vizinho Rio Grande do Norte sobram candidatos da direita. A governadora Fátima Bezerra do PT irá renunciar, e seu vice, Walter Alves (MDB), não será candidato à sua sucessão.
Alega que não foi escolhido em tempo hábil, para preparar seu nome. Apoiará Cuca (petista histórico) e Fatima para o Senado.
O Senador Rogério Marinho – provável candidato ao governo – anunciou que Bolsonaro iniciará sua campanha para presidente em terras potiguares, visitando cinco importantes municípios, o evento começou hoje na cidade de Santa Cruz (RN). A candidatura de Rogério ainda não está confirmada. Ele vem coordenando a campanha presidencial, ao lado de seu amigo governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas. O senador Styvenson Valentin (direita conservadora) tem o favoritismo de se reeleger, ou disputar o governo. Ainda resta o prefeito de Mossoró, o presidente da ALERN e Shirley Targino, cunhada de Zenaide Maia (atual senadora), esposa do deputado federal João Maia. O RN poderá ficar com três senadores da direita em 2027.
Na Paraíba, o ex-presidente Jair Bolsonaro entregou a Sergio Queiroz, uma “*mensagem a Garcia”. O sincericida acrescentou que sacrificaria seu amigo Marcelo Queiroga – candidato a governador do PL – para que a legenda tenha um palanque no Estado. Como a história se repete em forma de espiral, talvez revivamos as eleições de 2014. O ex-governador José Maranhão queria voltar ao Senado, porém, não tinha um palanque. Ricardo Coutinho disputava a reeleição e Cássio Cunha Lima (favorito) tentava voltar ao Palácio da Redenção. O Ministro do TCU Vital Filho, na época Senador, aceitou a “missão” de disputar o governo pelo MDB, ao lado de Maranhão. Obteve apenas 106 mil votos e levou a campanha para o segundo turno.
José Maranhão conseguiu se eleger com 647 mil votos. Os 106.162 mil votos de Vital Filho foram integralmente transferidos para Ricardo Coutinho, que venceu Cássio Cunha Lima no segundo turno. Antes, Maranhão procurou Ivandro. Tiveram uma longa conversa (pacificadora) e a promessa de votar em Cássio no segundo turno. Chegado o momento, o rancor falou mais alto. Alegando “coerência”, Maranhão despejou seus votos em Ricardo Coutinho. Wilson Santiago, com 506.093 sufrágios, candidato ao senado, foi impedido por Cássio Cunha Lima – pela segunda vez – de realizar seu sonho. Ficou atrás de Lucélio Cartaxo, que compôs a chapa com Ricardo Coutinho, obtendo 521.938 votos. Cássio Cunha Lima alcançou 965.397 votos. Venceu em 124 cidades das 223, com maioria de 38.388 votos sobre Ricardo Coutinho (937.007), o mais votado em 99 cidades. Vital Filho não venceu em nenhum município. Se Cássio tivesse “casado” 65% dos seus votos com Wilson Santiago, Maranhão tinha se despedido da vida pública. Mas, não radicalizou. Maranhão foi votado em peso pelos cassistas.
“Quem lhes poupa o inimigo, morrerá em suas mãos”.
Sérgio Queiroz tem que conquistar a segunda opção das chapas de centro/centro-direita. Os nomes especulados no momento, como pré-candidatos, são Pedro Cunha Lima (PSD), Efraim Morais (União Brasil), Adriano Galdino (Republicanos) e Cícero Lucena (provavelmente PDT). Cícero e seu eleitorado não tem o perfil de esquerda. Nem as esquerdas Lulistas e Petistas Raiz aceitam ser lideradas pelo ex-tucano.
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*Mensagem a Garcia – O soldado Rowan foi escalado pelo seu comandante para entregar uma mensagem secreta do presidente dos Estados Unidos, McKinley, ao general Calixto Garcia, líder das forças rebeldes cubanas, que estava por trás das linhas inimigas, durante a guerra Hispano-americana. Ao receber a mensagem, Rowan não perguntou onde estava o general, nem onde procurá-lo. Uma semana depois, retornou e comunicou: “mensagem entregue”. Foi promovido a oficial.