Valberto José
Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.
Serenidade e humildade em 35 anos de sacerdócio
Publicado em 19 de julho de 2022Nos seus 35 anos de sacerdócio, 15 foram à frente da mesma paróquia. Foi numa igreja de comunidade dessa paróquia que o conheci, em circunstâncias de desmotivação de movimento, mas o suficiente para admirar sua serenidade – na voz, nas palavras e nos gestos – durante a celebração, tão necessária ao sacerdote.
Paroquianos sempre destacam sua humildade, qualidade referendada pelos irmãos de sacerdócio quando o levaram à interinidade de comando da Diocese, após vacância com a transferência do titular. Irmão equipista e membro do Diaconato Permanente, soltou um “gostei” tão convincente quando lhe perguntei pelo administrador diocesano. “Pela humildade”.
Demorei a descobrir a humildade e a serenidade desse sacerdote. Certamente pela teimosia em conhecer outras igrejas, outras comunidades. Nesse rodizio quase constante, busquei Deus noutras paróquias, noutras comunidades. O Batismo das crianças na Liberdade, o Catecismo na Prata, o ECC na Catedral.
Quando fomos nos desmotivando do ECC, descobrimos as Equipes de Nossa Senhora. Por coincidência, nesse processo de desmotivação, um cliente nos alertou que deveríamos ter feito o Encontro de Casais na paróquia do bairro. Dias depois, visitei uma das igrejas da paróquia, e a serenidade do celebrante me cativou
Na matriz ou na igrejinha da comunidade onde residíamos, a celebração sempre com ele. Mesmo na mudança de bairro, o novo subúrbio sob as bênçãos de sua paróquia; até mesmo na transferência esperada, a freguesia criada, sob sua administração, absorveu a comunidade que nós frequentávamos.
Quando a Diocese de Campina Grande instituiu as Famílias Missionárias, quatro ruas do nosso bairro aderiram ao projeto. Satisfeito com o número de moradores nas reuniões semanais, esse sacerdote resolveu celebrar, em rodízio mensal, missas em casa dos participantes. Depois de sua transferência, o novo pároco cessou as celebrações, motivando o fim dos encontros semanais.
Além de que, a comunidade de meus ancestrais pertence à paróquia do sacerdote da humildade. Não é que, nas proximidades do centenário de minha avó, ela já não podendo manter a regularidade da presença às celebrações, ele passou a frequentar sua casa na condição de Confessor.
0s laços de meus familiares e o sacerdote se estreitaram ainda mais. Ao ponto de ele abrir as portas do tradicional templo da comunidade em plena noite de sexta-feira, quando costumeiramente não havia celebração durante a semana – apenas a Missa dominical. Para celebrar a Missa de Ação de Graças pelo centenário de minha avó. Ela ficou muito feliz com esse presente, ele passou a ser uma referência dos meus
Depois o sacerdote reforçou a nossa clientela. Toda manhã de segunda-feira, ele chegava, para admiração e alegria de outros clientes, ao nosso açougue. Mesmo quando mudou de paróquia, mesmo quando transferido de cidade. Só deixou de prestigiar – diria abençoar – nosso comércio quando resolvemos cerrar as portas.
Numa Missa para 550 missionários no Vaticano, há quatro anos, o Papa Francisco pediu padres “normais, simples e humildes”. Esse pedido do Santo Padre não é dirigido a esse sacerdote de nossa Igreja particular, pois ele tem todas essas virtudes, além da serenidade que nos acalma. Parabéns, Padre Aparecido! Pelos 35 anos de ordenação celebrados neste 19 de julho de 2022.
NOS TRILHOS DA DEGOLA
A Raposa venceu o Ferroviário por 2 a 0, mas não pegou o trem da classificação, continuando na Zona de Rebaixamento, nos trilhos da degola. O resultado, principalmente sem ter tomado gol, trouxe um alento à torcida, mas tem que encarrilhar uma série de vitórias se quiser estacionar na Série C no próximo ano.
REVOLTA NA SUBSTITUÇÃO
A revolta de Dione ao ser substituído, faltando cinco minutos para acabar o jogo, me fez lembrar fato acontecido no Treze, então dirigido tecnicamente por Erandir Montenegro. Ele tirou um dos jogadores (acho que Neto Surubim), que saiu esbravejando. “Você me respeite”, reagiu o treinador, que na entrevista após a partida, destacou como positiva a disposição do atleta em permanecer em campo.