Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

SECRETÁRIO DE JOÃO AZEVEDO ANTECIPA PLEITO DE 2026

Publicado em 11 de agosto de 2023

Declarações precipitadas do secretário de Administração Tibério Limeira levaram seu chefe João Azevedo – ontem 10.08.2023 – vestir uma “saia justa”. A emenda saiu pior que o soneto, quando o governador ao invés de silenciar tentou minimizar, através de entrevista, os efeitos da euforia utópica de seu auxiliar, que superestimou tamanho e envergadura de sua legenda (PSB).

Antecipar a pretensão de disputar uma das duas vagas para o Senado, no distante 2026, pode quebrar harmonia reinante na gestão do pessebista, que ora navega em mar de Almirante. O PSB não dispõe de um nome capaz de manter o arco de aliança construído no pleito de 2022, sob o comando do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adriano Galdino. Por outro lado, ao afirmar que sua legenda não poderia ter dois nomes na chapa majoritária, João ignora a hipótese que, ao se licenciar, inevitavelmente Lucas Ribeiro disputará a reeleição ao lado de sua mãe, que só deixará o Senado se faltarem votos. Carrega ainda à tiracolo seu tio Aguinaldo Ribeiro.

Veneziano Vital do Rêgo acumulará “gordura” até fevereiro de 2025, como vice-presidente do Senado, prestigiado pelo Palácio do Planalto, e vem com apoio dos Cunha Lima. Ricardo Coutinho montará uma chapa petista “puro sangue”. Hugo Mota aguarda com ansiedade este momento. Tentará emplacar sua candidatura, com apoio de seu partido, campeão de votos no Estado no último pleito, quando elegeu três deputados federais que somaram 355.469 votos. O bolsonarismo apresentará um candidato. Fica difícil para João, sem o poder de caneta, lutar em quatro frentes.

Faltou alguém lembrar a Tibério Limeira que o PSB só elegeu (2022) um deputado federal (Gervásio Maia), com 69.405 votos, puxado por Ricardo Barbosa com 65 mil sufrágios. Se Ricardo Barbosa tivesse optado pelo Republicanos seria o quarto da legenda e Gervásio estaria fora. Governador João Azevedo deve calçar as sandálias da humildade e resguardar-se na casa do Republicanos.

Basta lembrá-lo que o trabalho nas bases no segundo turno desafiou a lógica e lhes conferiu a vitória. João amargou uma derrota em João Pessoa, com duas máquinas trabalhando a seu favor – Prefeitura e Governo do Estado – oportunizando uma vitória de um Cunha Lima na Capital, com maioria de 71.057 votos. Em Campina Grande, Pedro ao lado de Veneziano o derrotou com maioria de 79.965 votos. Somando-se Campina e João Pessoa, Pedro impôs uma dianteira de 151.022. Tirar esta vantagem e vencer com 116.921, surpreendeu toda a crônica política, debruçada sobre as projeções dos dois principais colégios eleitorais do Estado: Campina Grande e João Pessoa.

Deputado Adriano Galdino cresce a cada eleição. Sua trajetória até o momento tem absoluta semelhança com a de Robinson Faria, do vizinho RN. Foi presidente da ALRN por dez anos consecutivos. Reelegeu Vilma de Farias, derrotando as oligarquias Maia e Alves unidas. Elegeu seu filho Fábio deputado federal e permaneceu presidindo a ALRN. Em seguida, derrotou o candidato de Vilma, elegendo Rosalba Ciarlini. Em 2014 foi o “azarão”.

Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara dos Deputados, disputou o governo apoiado por todas as legendas e oligarquias potiguares. Mas, esqueceu de convidar Robinson, que se lançou e milagrosamente conseguiu chegar ao segundo turno, não previsto por ninguém. Derrotou Henrique e elegeu-se governador (2014).