Sabor de tradição: a cachaça de alambique como patrimônio cultural e imaterial paraibano

Publicado em 11 de junho de 2024

A cachaça de alambique é patrimônio cultural e imaterial da Paraíba desde 2010, e para marcar esse fato, a Lei Nº 12.042/2021 instituiu a data como Dia Estadual da Cachaça Paraibana (Foto: Reprodução/ShutterStock)

A cachaça se tornou parte da cultura brasileira e a sua história se entrelaça com identidade nacional. Na Paraíba, um dos maiores produtores de cachaça de alambique do país, o produto se tornou um símbolo e ganhou um dia dedicado a ele como reconhecimento enquanto patrimônio cultural e imaterial do estado.

Neste dia 10 de junho é celebrado o Dia Estadual da Cachaça Paraibana, data criada a partir da Lei Nº 12.042 de 2021 para marcar o produto, que é genuinamente brasileiro, como um símbolo cultural da Paraíba.

Com sua rica tradição na produção de cachaça, o estado contribui significativamente para a diversidade e riqueza da bebida no Brasil. A cachaça paraibana é conhecida por sua qualidade e variedade, com marcas renomadas e uma presença forte no mercado, sendo não só um destilado, mas um emblema da identidade cultural e histórica do estado, celebrando a herança e o espírito do povo paraibano. Além disso, o produto é um atrativo turístico, com engenhos apostando na visitação como incremento econômico da cachaça de alambique na região, abrindo suas portas para visitantes interessados em conhecer o processo de produção e a história da bebida.

A cana-de-açúcar, que é matéria-prima da aguardente, também deu origem a produtos como açúcar, mel e rapadura, mas é a cachaça que se destaca, especialmente na Paraíba, onde contribui significativamente para a economia local. A influência da cana-de-açúcar é tão profunda no estado que inspirou escritores como José Lins do Rego e José Américo de Almeida a criar obras literárias baseadas na narrativa do cultivo da cana. Essas obras não apenas contam a história do ciclo da cana-de-açúcar, mas também ajudam a moldar a identidade paraibana. Os engenhos, especialmente na região do Brejo, são vistos como pilares da construção da Paraíba, destacando-se não apenas na produção de cachaça, mas também como marcos históricos e culturais.

Segundo o Anuário da Cachaça de 2021, organizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), são cerca 197 marcas registradas na Paraíba, com a cidade de Areia se destacando como um centro de produção, abrigando 80 dessas marcas e 9 engenhos produtores de cachaça, sendo hoje, reconhecida como a Capital Paraibana da Cachaça, um título que reflete a tradição e a qualidade das cachaças produzidas na região.

O desenvolvimento do setor na Paraíba é um esforço conjunto que envolve a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEPB), o Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral do Estado da Paraíba (SindBebidas/PB) e a Associação Paraibana dos Engenhos de Cachaça de Alambique (Aspeca), entidades que trabalham para tornar o setor mais competitivo, implementando projetos que promovem competitividade e desenvolvimento.

A “Carta de Cachaças da Paraíba” é um exemplo dessas iniciativas. Lançada em 2017, o catálogo organiza parte das cachaças de alambique produzidas na região do Brejo e litoral paraibano. O livro não só conta a história da cachaça, mas também apresenta 19 cachaças distintas, detalhando informações técnicas como nome do produtor, graduação alcoólica, cor, tempo de envelhecimento, recipiente, além de características sensoriais e sugestões de harmonização para cada bebida.

Celebrada em canções e tida como uma paixão nacional, a cachaça é um símbolo cultural e histórico da Paraíba. Reconhecida oficialmente com o Dia Estadual da Cachaça Paraibana, ela representa a identidade do estado e é um produto valorizado tanto pelos produtores quanto pelos consumidores.

Fonte: Assessoria