Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
RESSALVAS DO TCU COLOCAM EM RISCO GOVERNO LULA
Publicado em 20 de junho de 2024O Tribunal de Contas da União (TCU), ao aprovar as contas do governo Lula referentes ao exercício fiscal/financeiro de 2023, deixou registrado “ressalvas” contábeis no balanço, que em princípio podem ser interpretadas como advertências sanáveis. Mas, se não forem solucionadas, justificadas e corrigidas, culminam em “restrições” e evoluem para uma prática criminosa: improbidade administrativa.
Quarenta e oito horas após a divulgação do relatório do TCU o Palácio do Planalto foi atingido por um furacão. Desde o primeiro dia do seu governo, Lula se dedicou a ouvir por 48 horas a sua equipe econômica. A partir de então, valeu-se da tática de usar o ataque como defesa. Elegeu o Banco Central como inimigo. Tenta culpá-lo pelo fracasso de sua gestão – despida de um projeto “Brasil” – capaz de apontar direções e serventia do Poder Executivo, para o futuro do país. Ao atacar a taxa Selic de 10,5% esqueceu que no seu governo “Lula I”, o BC e Meirelles o obrigaram a pagar 27%. Ele nunca protestou. Por que só agora Roberto Campos Neto é o vilão da história?
Lula está à frente – como Imperador – de um governo perdulário, gastando bilhões de reais para manter sua “Corte”. São valores estapafúrdios, que superam a Realeza Britânica e só são comparáveis a maior superpotência do planeta, Estados Unidos da América do Norte, cuja gastança é investimento e tem retorno: mantêm-se e puxam seus aliados do Ocidente, na liderança da geopolítica econômica do planeta.
O petista não admite cortar gastos, promover uma reforma administrativa, enxugar a “máquina pública”. Tornou-se um concorrente da iniciativa privada. Pune e censura a prosperidade, emperra o empreendedorismo, inibe investidores, pondo em suas costas uma aloprada carga tributária, desestimulando as expectativas do mercado.
O Brasil perdeu seu grau de competitividade com os países emergentes, e em apenas 18 meses deixou de figurar na lista das economias “atrativas”, que despertam o interesse do grande capital transnacional. Nossa Bolsa de Valores ocupa o último lugar no ranking das vinte maiores economias. Ninguém aposta mais nos papéis (títulos) das empresas brasileiras, temendo prejuízos e calotes.
A nau Brasil tenta navegar em meio a uma gigante tempestade, graças a rota escolhida pelo seu comandante. Não sabemos quando sairemos da tormenta. Mas, a responsabilidade e incapacidade do comandante é visível.
Todos lembram do impeachment de Dilma Rousseff. Poucos sabem as razões jurídicas que levaram a Câmara a permitir sua admissibilidade. Prestação de contas, julgadas pelo TCU – com ressalvas – identificaram “pedaladas fiscais”. As “pedaladas” de Lula já superam as de Dilma. Pacientes, Câmara e Senado esperam correções e realinhamento. Se Lula esticar a corda com o Congresso, terá o mesmo destino da última gestão petista.