Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
REPUBLICANOS NÃO FOI PERDOADO PELO COLETIVO GIRASSOL
Publicado em 19 de março de 2024O “modus operandi” das esquerdas paraibanas, inspiradas no sistema do antigo regime comunista de Moscou, estabelece a governança através de “eminências pardas”, formadas por um pequeno grupo, núcleo que dita as regras, cria estratégias e projeta meios para (eles) permanecerem no poder.
O modelo é canhestro, inverte a simetria hierárquica do poder. Porém, mostrou eficácia da tirania que perdurou por 71 anos na Rússia/União Soviética. Ainda funciona na China, Cuba, Coreia do Norte, Nicarágua e Venezuela. A “ideologia” é apenas um mecanismo de propaganda, muito embora “saturado”, porém o único meio capaz de manobrar as massas.
Após a truculenta guerra civil russa, onde milhões se mataram entre 1918/1921, uma ditadura comunista – travestida de socialista – começou a comandar os destinos da Rússia, e mais 15 países que compunham a União Soviética.
O “Coletivo Girassol” paraibano, pragmático, para eleger Ricardo Coutinho prefeito de João Pessoa em 2004 se compôs com o MDB do governador José Maranhão, e contou com o imprescindível financiamento de campanha usando recursos do senador Ney Suassuna. Mas, chegando ao poder, aos poucos, defenestrou e traiu todos. Ricardo Coutinho foi obrigado a romper e expulsar de sua gestão Nadja Palitot, que lhes deu a legenda, negada pelo PT, para disputar e vencer Cícero, Ruy e Cássio.
Roteiro copiado e absolutamente semelhante às práticas do comunismo moscovita. Lênin (1921) era o presidente da Rússia, Trotsky Primeiro Ministro e comandante fundador do Exército Vermelho. Tinha um vice-presidente, mas quem governava era o Secretário Geral do Partido, Joseph Stalin (?). Sob seu comando, a Tcheca, polícia política que só enxergava traição. Fuzilou os principais líderes da Revolução, após a morte de Lênin; e expatriou Trotsky, pai da Internacional Socialista.
O poder foi estruturado com a criação do Soviete Supremo (parlamento único) que unia a Rússia e todas as nações da União Soviética. O Politburo determina todas as diretrizes do governo. Mas, o Presidium era quem governava, comandado por Stalin, Secretário Geral do Partido.
Na ânsia para tomarem de assalto o poder os comunistas são capazes de tudo. O maior adversário de Cássio Cunha Lima, era o “Coletivo Girassol”. Para derrotar quem os pôs na PMJP (José Maranhão) beijaram as botas do tucano, que terminou por ceder ao assédio e apoiou Ricardo (2010). Chegando ao Palácio da Redenção, Ricardo quis se livrar do “Coletivo Girassol”, temendo ser engolido por ele. Houve um “racha”. A vingança foi levar Ricardo a experimentar sua primeira derrota, quando os “banidos” se uniram a Luciano Agra e elegeram Luciano Cartaxo prefeito de João Pessoa.
A “pisada na bola” de Cássio em 2014 levou Ricardo a juntar-se novamente com o “Coletivo Girassol”. Se reelegeu, e derrotou o imbatível líder do Clã Cunha Lima. O “Coletivo Girassol” (2018) impôs o nome de João Azevedo. Ricardo “engoliu”, e o elegeu em primeiro turno.
Todavia, ficou governando o Estado. A João, só foi concedida a cadeira e a Granja Santana. Não mandava em nada.
Homens de negócios, o “Núcleo Girassol”, mantendo Ricardo no comando do governo, levou-o a tropeçar na “Operação Calvário”. Entregue à própria sorte, foi parar na cadeia. O “Coletivo Girassol” lhe deu as costas. Vingança consumada e sua retomada do poder. João Azevedo se reelegeu, quem governa é o “Coletivo Girassol”, porém frustrado: o fracasso do seu plano original fugiu e põe em risco seu futuro.
O projeto era João governador e Pollyanna Dutra senadora, para sucedê-lo em 2026. O Republicanos pôs água no Chopp. Elegeram Efraim Filho, que deve seu mandato a Adriano Galdino, Hugo Mota e Wilson Santiago. Bastava os votos de Adriano e Murilo, casados com Pollyanna, para derrotar Efraim. O “Coletivo Girassol” não os perdoou. Principalmente Adriano, que é boicotado pelas “Eminências Pardas” que ditam o que deve fazer ou não o governador.
Talvez o “Coletivo Girassol” esteja cavando sua própria cova. O Republicanos representa hoje – dados da última campanha – 38% dos votos válidos da Paraíba. Ninguém chegará ao governo em 2026 sem o seu apoio. Hoje, nas mãos de Adriano Galdino está o destino dos pré-candidatos ao governo, e ao senado em 2026.