Valberto José

Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.

Raposa invicta, Galo sem unicidade e unidade

Publicado em 24 de maio de 2022

Ser campeão é bom; invicto, melhor ainda. Agora, em cima de um adversário do quilate do Botafogo, com duas vitórias – uma lá, outra cá – e ferindo de morte o rival maior no que ele mais se orgulha, “é melhor do que bom, é melhor do que ótimo…”. O torcedor pode dizer que o Campinense fez barba, cabelo e bigode.

A conquista do bicampeonato pela Raposa sem uma derrota sequer põe fim à principal ponta de orgulho alvinegro, o de ser o único campeão invicto do Estado, justamente na semana em que estoura a desavença entre o presidente e o vice do clube. Agora, se já não havia unidade na direção, ficou também sem a unicidade de um título.

Invencibilidade é uma façanha que poucos conseguem. Vale lembrar que o rubro-negro penou 56 anos para igualar o feito histórico do Galo. Segundo as estatísticas, a equipe chegou perto em pelo menos três oportunidades e em décadas diferentes, sofrendo apenas um revés em cada um.

A primeira, em 64, sob a responsabilidade do time que chegaria ao hexa, a chama de orgulho dos raposeiros. Foram 22 jogos disputados, 16 vitórias, cinco empates e uma derrota, justamente para o Treze.

Nove anos depois, no auge do famoso “time de Zé Pinheiro”, outro quase. O Campinense atuou 17 vezes no certame de 73, somando 12 vitórias, quatro empates e sofrendo um revés, de 3 a 1 para o Auto Esporte, em João Pessoa.

A outra oportunidade, sendo mais recente, certamente está na memória do torcedor. Em 2016, disputando um número de 16 partidas, a Raposa saiu vencedora em nove, obtendo seis empates e uma derrota, ao ser surpreendida no segundo jogo da decisão com o Botafogo. Vencedora no placar agregado, ficou com o título.

Há estatísticas que apontam outros campeões invictos, em tempos mais pretéritos – da década de 50 para trás – a exemplo do Auto Esporte e Botafogo, o que se imagina ser a unicidade alvinegra uma estratégia de marketing. Mas encontra valia, quando se sabe que a partir dos anos de 1960, o futebol passou a ter um caráter mais profissional. Ou menos amador.

Toda invencibilidade merece ser comemorada em dose dupla. Essa do Campinense ainda mais, por igualar à façanha do Treze 56 anos passados. Um feito que nem o inesquecível “time de Zé Pinheiro” conseguiu.

RANIELLE INVICTO

O técnico Ranielle Ribeiro faz história no futebol paraibano. Ele comemora literalmente a invencibilidade do bicampeonato. Desde que assumiu o Campinense, em 2021, o potiguar não sabe o que é perder no Campeonato Estadual. Agora, resta esperar que ele faça o time reagir na Série C.

VIBRAÇÃO DISTANTE

O meu amigo Jurandy França, vibrando em São Paulo com o bicampeonato da Raposa. Antes, durante e após a partida decisiva, ele agitou os amigos paraibanos que moram lá com áudios animadores e vibrantes. Ele aposta no acesso da Raposa à Série B. Como volta a morar na Paraíba ainda este ano, quer assistir aos jogos da equipe, em 2023, em outro patamar.