Marcos Marinho

Jornalista, radialista, fundador do ‘Jornal da Paraíba’, ‘Gazeta do Sertão’ e ‘A Palavra’, exerceu a profissão em São Paulo e Brasília; Na Câmara Federal Chefiou o Gabinete de Raymundo Asfóra e em Campina Grande já exerceu o mandato de Vereador.

RÁDIO DE VENÉ ENGROSSA SEPULCRO DA RADIOFONIA CAMPINENSE

Publicado em 8 de maio de 2023

O rádio campinense, que há pelo menos duas décadas vem a duras penas sendo classificado de “razoável”, sob o ponto de vista de qualidade profissional, sobrevivendo às custas de programações geradas em emissoras de João Pessoa, amanhece nesta segunda feira, oito de maio de 2023, com aumento numérico de uma frequência, mas nada que possa motivar o rádio-ouvinte a se dizer beneficiado com a perspectiva de alguma melhoria.

Ao contrário, de “razoável” corre o risco de pular para o último grau possível nessa trágica descida da ladeira que pode levá-lo à humilhante classificação de “péssimo”.

Anunciado ainda de forma muito tímida, certamente para não causar temerário frisson, entra no ar em Campina Grande a frequência 101,9, arrendada que foi pelo senador Veneziano Vital do Rego, aquele que desde pequenino sempre sonhou em ser radialista ou dono de uma rádio.

O negócio foi celebrado na surdina entre o filho de Dona Nildinha e o Sistema Correio de Comunicação do ex-Senador Roberto Cavalcanti, em cifras milionárias obviamente não reveladas, com o beneplácito de um primo amigo do ex cabeludo, o prefeito de Queimadas Carlinhos de Tião, que até semana passada detinha o comando gerencial da rádio ‘Correio do Agreste”, cuja frequência 101.9 lhe dava o direito de jogar o sinal para o Município de Queimadas & Região.

Como Carlinhos e o mano ex-deputado Doda se desencantaram com a política partidária e já anunciaram que não pretendem mais concorrer a cargos eletivos, para se dedicarem tão somente aos seus empreendimentos comerciais e industriais na região, a grande porteira sortudamente se abriu para Vené…  

Agora, adotado o famoso “jeitinho brasileiro” certamente a partir do alto prestigio que atualmente desfruta em Brasília o jovem Vice-presidente do Senado, novo temporário dono da emissora que surge na Rainha da Borborema com o desprezível nome de “rádio Metropolitana”, engendramento necessário para não magoar de todo a população queimadense, já que o nosso ex Distrito geograficamente se localiza na região metropolitana, a chamada GRANDE CAMPINA, a cidade aumenta o número de rádios mas diminui na mesma proporção o item qualidade, isto a considerar os propósitos que o novo proprietário tem para o dia-a-dia da emissora.

O negócio foi fechado com a condição de que o noticioso em rede do meio dia, Correio Debate, não saísse da grade da programação.

Não conversei com Veneziano sobre o assunto, até porque há anos não temos nos encontrado e, nem eu e nem ele, também não temos em nossas agendas os números dos telefones, dos ZAPs e nem dos e-mails… Como também não somos AMIGOS de Facebook nem de Instagram.

Mas, pessoas do seu círculo fraterno me relataram que o objetivo do arrendamento, agora que o senador dispõe de cofres abarrotados da moeda nacional e – dizem as boas línguas – até de moedas estrangeiras baseadas nas offshores do mano ministro, ter hoje uma rádio não seria apenas para acalentar o sonho de infância, mas para politicamente se emparedar com o atual desafeto nos domínios da Borborema, o deputado federal e ex-ministro da República Aguinaldo Ribeiro, que há décadas possui emissoras de rádio em Campina Grande e em outras cidades do Estado.

O medo de Veneziano, disse-me um dos seus amigos in-pectore, é a possibilidade bastante provável de vir a ser derrotado nas urnas e deixar de ser Senador da República, já que a família Ribeiro muito se agigantou nos últimos anos, notadamente em Campina Grande onde ele não tem obtido mais aqueles votos que lhe deram régua e compasso em anos não muito distantes.

Nas próximas eleições, por exemplo, o sobrinho de Aguinaldo, Lucas Ribeiro, provavelmente estará sentado na cadeira principal do Palácio da Redenção comandando o pleito estadual com a caneta de governador nas mãos e, das duas vagas ao Senado, uma praticamente será de João Azevedo, restando apenas a outra para os sedentos políticos como Veneziano tentarem abocanhar.

Em desfavor de Veneziano contam vários problemas, um deles e principal a falta da máquina pública do Estado seguida da votação exponencial de Ricardo Coutinho, que a comandava e foi o homem que lhe garantiu o mandato.

Daí porque a rádio, na visão de Veneziano, será fundamental para a reorganização do seu projeto de Poder, com o dom – ainda sob a sua ótica – de diminuir os avanços quilométricos do Clã Ribeiro.

O novo temporário dono da 101,9 ainda teria com a força do microfone, segundo amigos que frequentam a sua cozinha me relataram, a capacidade de igualmente diminuir o tamanho político de Romero Rodrigues, hoje sem nenhuma dúvida a maior liderança e consequentemente o maior eleitor em Campina Grande.

É certo que alguns desses amigos de Vené, como o marqueteiro Dércio Alcântara, por exemplo, juram de pés juntos que hoje Romero e Veneziano comem juntos no mesmo prato… Só esquecem de lembrar que o filho de Antonio Vital do Rego tem pós-graduação em trairagem…

Portanto, amigo ouvinte de Campina Grande & Região, acostume-se logo a partir de hoje com a METROPOLITANA, ou melhor, com a CBV (Central Brasileira de Vené), nas vozes de Carlos Magno, Josué Cardoso, Polion Araújo, Edil Francis e Kennedy Sales.