Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
QUAL O DESTINO DO ENSINO PÚBLICO
Publicado em 4 de novembro de 2024O resultado das urnas nas eleições de novembro último (2024) mostrou ao PT e as esquerdas o envelhecimento do seu discurso cinquentenário (Justiça Social), tendo como pano de fundo “combate a fome”. Um embuste que desmoronou e caiu na vala comum da demagogia ordinária. Os argumentos obsoletos não foram mais suficientes para sensibilizar o eleitorado de São Paulo, grandes centros, nem o restante do país.
Desarmônico com a realidade, a visão míope do PT ainda não conseguiu enxergar que durante ¼ de século passaram um atestado de incompetência para a população. Hoje não acreditam na eficácia de suas gestões. Estiveram à frente dos destinos do Brasil (Lula I e II, Dilma I e II, agora Lula III), tempo suficiente para debelar o fantasma da fome. A preleção apelativa eleitoreira perdeu seu poder de persuasão.
Em 2002, Lula e o PT chegaram ao poder sem “projeto de governo”, capaz de inserir o Brasil no novo mundo da globalização econômica. Japão, China, Coreia do Sul, Twain conseguiram. Zé Dirceu/Lula puseram em prática o “projeto de poder”. A indústria brasileira sucateou. Não atraíram investimentos incentivando a instalação de grandes plantas fabris, para manufaturar nossas reservas minerais, gerando milhões de empregos e renda. Continuamos exportando matéria prima, como commodities.
O “projeto de poder” do PT era consolidar o sonho Cubano do Foro de São Paulo. Implantar no cone sul o fracassado modelo da extinta União Soviética. Ao invés de buscarem espaços na OCDE (países ricos), criaram a UNASUL – União das Nações Sul-americanas, em 2008. Uma malfadada versão das esquerdas anacrônicas, soterradas nos escombros do Muro de Berlim.
Bloco de nações, alinhadas ideologicamente numa trincheira, em defesa do antiamericanismo. Conseguiram unir 12 países. Aos poucos, desiludidos, todos foram abandonando o grupo, e em 2019, no governo Jair Bolsonaro, o Brasil foi o último a sair, apagando a luz e fechando a porta.
Quatro anos depois (2023) Lula volta ao governo, e ao lado do “guru” Celso Amorim – nostálgico “moscovita” dos anos setenta – elegeram como prioridade a refundação da UNASUL. Um projeto natimorto, que sucumbiu na primeira reunião com a recepção festiva que Lula dispensou ao ditador Venezuelano Nicolás Maduro, evento criticado por todos nossos vizinhos convidados. Nestes dois anos do governo Lula III, segundo dados econômicos, o Brasil retrocedeu duas décadas. O povo não está mais procurando, nem se contentando, com uma refeição, um botijão de gás, uma farmácia popular. A internet pavimentou os caminhos da prosperidade. O consumo explodiu.
Milhares de cursos são oferecidos gratuitamente, através das plataformas digitais – explorando a autoestima – gerando ocupação e renda a novos docentes, instrutores, criadores de conteúdo, vendedores, microempreendedores e consumidores de produtos universalizados. A nossa juventude – os que ainda conseguiram escapar das drogas – estão abandonando o ensino médio, e as universidades.
Excetuando-se as áreas de Saúde e TI (Tecnologia da Informação), suas grades curriculares estão tão caducas quanto as ideias petistas. A cada ano, dezenas de milhares de estudantes concluem seus cursos – doutrinados subliminarmente em “teorias ideológicas” – adquirem um diploma, sem serventia para seu ingresso no avançado mercado de trabalho da era digital, já adentrando na Inteligência artificial. As transformações ocorrem na velocidade de suplantar uma década, em um ano.
A classe política deveria estar debatendo uma ampla reforma no ensino, inclusive o universitário. Enxugar gastos, extinguir dezenas de cursos, que sucumbiram no ocaso da virada do milênio. Os meios acadêmicos querem “engessar” o conhecimento, para preservarem seus empregos, proibindo o uso do celular em sala de aula, conectado ao Google e a Inteligência Artificial. O acesso revelará que quem está atrasado é o professor.