Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
PT CRIA CRISE E TESTA FIDELIDADE DE JOÃO AZEVEDO
Publicado em 15 de agosto de 2023A decisão da executiva nacional do PT, reunida virtualmente ontem (14/08/2023), deliberou que a legenda terá candidatura própria em João Pessoa, nas eleições do ano vindouro. Puseram uma pedra no sapato do governador João Azevedo, forçando-o doravante a perder ritmo na sua marcha maratonista e começar a claudicar.
Desmontar a “bomba” armada por Luciano Cartaxo, que se antecipou e já pôs seu nome à disposição do partido, será uma tarefa hercúlea que sinaliza – observando-se sob todos os ângulos – projeto natimorto. Terminará favorecendo o ex-governador Ricardo Coutinho, preferido pelo MDB do Senador Veneziano Vital do Rêgo, que precisa de um palanque na Capital para assegurar sua reeleição (2026).
A ingratidão num eleitorado Cristão pode ser considerada como “heresia”. Veneziano deve a Ricardo Coutinho seu mandato de Senador. A presença e “empenho” de Ney Suassuna foi imperiosa para estabelecer a diferença de votos entre ele e Luís Couto. Todavia, sem Ricardo e a “estrutura do governo”, o neto de Pedro Gondim não teria alcançado o espaço sonhado por seu avô, derrotado em 1982.
As eleições de 2024 diagnosticarão se o PT terá “saúde eleitoral” para sobreviver até 2026. Buscará se fortalecer para a reeleição com Lula, ou lançar Haddad na cabeça de chapa. Nestas circunstâncias, como se posicionará João Azevedo? Lula cobrará fidelidade a ele, e sua legenda. Romperá com Cícero Lucena e abraçará uma postulação petista? Inexiste a posição “neutralidade”. Este tipo de atitude é comum para aqueles que desejam abandonar a vida pública.
Os ventos provocados pelas declarações do secretário de João Azevedo, e seu ato subsequente, confessando a intenção de disputar uma vaga para o Senado Federal em 2026, trouxeram nuvens carregadas, com previsão de tempestades, no curso onde navegava em “mar de Almirante. Aguinaldo Ribeiro, atirando no próprio pé, disparou: “não cabem dois Ribeiros numa chapa majoritária (?)”.
Ninguém ainda conseguiu fazer uma leitura lúcida ou correta, sobre as intenções do líder comandante do Clã Ribeiro.
Em seguida, o governador – na mesma linha de raciocínio – afirma que na majoritária (2026) só cabe uma vaga para o PSB. Quem diz o que quer, escuta o que não quer. Deputado Adriano Galdino falou pelo Republicanos, partido com maior densidade eleitoral na chapa proporcinal das eleições de 2022. Em entrevista se posicionou: sua agremiação quer espaço na chapa majoritária. Caso contrário, a aliança com o governo será rompida.
Sem astrologia ou cartomancia, fica fácil de se interpretar a única alternativa para que todos permaneçam juntos. Copiar a receita de Alagoas, eleições 2022. O Governador Renan Filho renunciou. Seu vice, Luciano Barbosa, em 2020 foi eleito prefeito de Arapiraca. Assumiu o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Dantas – diferentemente de Adriano Galdino – com grande desgaste afastado do cargo por alguns dias. Mesmo assim, conseguiu derrotar o candidato de Arthur Lira e Collor de Melo.
Lucas seria o candidato a prefeito de Campina Grande, para continuarem juntos PP, Republicanos e PSB? Nesta hipótese, Adriano Galdino assumirá o governo e disputará a reeleição. Um quadro perfeito que garante a volta de João em 2030.