PSOL de Campina Grande pede cassação de candidato por gesto de supremacia branca
Publicado em 21 de agosto de 2024O PSOL de Campina Grande ajuizou Representação Eleitoral por Propaganda Irregular contra o candidato a prefeito Artur Bolinha. O partido pede aplicação de multa, retirada do ar de propaganda ilegal, investigação criminal e cassação do prefeitável do Partido NOVO.
Na ação, assinada pelo advogado Olímpio Rocha, o Representante aponta que Bolinha fez publicação no seu Instagram de um vídeo que apresenta uma pessoa fazendo um gesto atribuído a supremacistas brancos. O advogado vê semelhança com o que já fez Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, sendo que aquele chegou a ser preso por causa do símbolo.
O gesto, costumeiramente realizado por autoproclamados extremistas de direita, consiste na união do dedo polegar com o indicador, formando um círculo e mantendo os outros três dedos levantados, que, conforme organizações internacionais de Direitos Humanos, configura uma incitação ao crime de racismo e ódio contra minorias.
Além do gesto, ouve-se no vídeo o que se chama “dog whistle”, ou apito de cachorro. O termo faz analogia ao fato deste objeto ser inaudível para os humanos e ter um som ensurdecedor para os cães. Ou seja, a mensagem é captada por determinados grupos, mas não é compreendida pela maioria.
Na ação, o PSOL diz que “a veiculação desse tipo de símbolo em propaganda eleitoral não só é incompatível com os princípios da democracia e da igualdade, mas também configura violação da legislação eleitoral, ao propagar ideias racistas e de ódio, atingindo diretamente a dignidade de grupos raciais e étnicos, principalmente de Campina Grande, onde o Representado postula a Prefeitura.”
A Representação tramita na 17ª Zona Eleitoral de Campina Grande, sob o número 0600080-95.2024.6.15.0017, e pede que a candidatura do empresário seja cassada, além de aplicada multa pela propaganda irregular, como também requer a instauração de investigação policial para apuração de crimes preconceitos raça e cor, em razão da publicação do gesto extremista. Agora, a Justiça Eleitoral vai analisar a Representação e decidirá se acata ou não os pedidos do PSOL.
Confira o gesto questionado pelo PSOL:
Fonte: Assessoria PSOL