Prisão de Collor tira foco da mídia sobre assalto do INSS de R$ 6,3 bi a aposentados e pensionistas

Publicado em 25 de abril de 2025

A mídia só abafa um escândalo com surgimento de fatos novos. As manchetes do assalto realizado pelas quadrilhas instaladas no INSS, que saquearam 6,3 bilhões de reais de 92% dos seus sofridos aposentados e pensionistas – quase todos percebendo valores que oscilam entre 01 e 03 salários mínimos – já ficaram no passado, com a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Melo. Nos próximos dias, o tema propositalmente será Collor. O povo será forçado a esquecer o INSS-GATE.

A população irá buscar informações sobre os desdobramentos da mega operação da PF, e não encontrará subsídios disponíveis, identificando quem foi preso, o entrelaçamento destes perigosos criminosos com a classe política, e como um dos maiores assaltos ao povo foi perpetrado debaixo do nariz do Ministério da Previdência Social, diversas vezes notificado pela CGU, porém dando de ombros e ignorando suas recomendações. O inesperado aconteceu, ao esbarrar em Frei Chico, irmão do presidente Lula. Sidônio Palmeira, ministro “marqueteiro” de Lula, imediatamente entrou em ação. Tinha que impedir a pulverização dos fatos, que inevitavelmente chegaria no gabinete do terceiro andar do Palácio do Planalto.

Incialmente, na interpretação do “marqueteiro mor”, o episódio poderia ser capitalizado politicamente em favor do presidente Lula. Bastava vesti-lo numa roupagem de gestor austero. Exonerar o presidente do INSS, o Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT) exigir da PF, MPF e CGU agilidade e aprofundamento nas investigações, com boletins diários registrando a evolução de suas ações, desmantelando a quadrilha e punindo com rigor todos sem exceção. Surtiria efeitos. Mas, Frei Chico seria posto atrás das grades? Como “canário” na gaiola canta muito, veio o receio de Frei Chico abrir o bico. Até onde ele poderia envolver outras figuras, hoje no entorno do presidente Lula? Tudo poderia terminar num novo “Sítio Atibaia”, Fundação Lula e Triplex do Guarujá.

Instalaram imediatamente um “gabinete de crise”. Quem os ajudaria? Nas redes sociais nada mudaria. Uma gigante mobilização midiática pedia prisão de todos e acusam o presidente de negligência ou cumplicidade. Outra pesquisa ampliaria sua queda de popularidade.

Procuraram ouvir sugestões do STF, e apareceram imediatamente duas. A primeira, a prisão do ex-presidente Collor de Mello – decisão monocrática do Ministro Alexandre de Moraes – e ser referendada pela turma. A segunda, o voto do Ministro Luís Fux favorável a reduzir a pena de Deborah, condenada a 17 anos de cadeia por atentar contra o Estado Democrático de Direito, participar de uma organização criminosa fortemente armada, depredar um prédio público tombado, e tentativa de golpe de estado. Fux, que já vinha divergindo das alopradas condenações, com penas absurdas, decidiu hoje (25/04/2025) apresentar seu voto. Condenou Deborah a 1 ano e seis meses, pelo seu ato de usar batom e tatuar a estátua. A lei é clara: depredação ao patrimônio público, a pena de 01 a 04 anos de prisão. Fux não encontrou provas na denúncia da PGR sobre mais quatro outros crimes. A arma que portava era um batom.

As redes de TV abandonaram a cobertura sobre a queda de braço da Câmara – obstrução da oposição até que seja pautada a Lei da Anistia – INSS-GATE; alta dos juros com elevação da taxa Selic; declaração do presidente do Banco Central sobre a disseminação da inflação; aviso do Ministro Augusto Nardes, do TCU, alertando que não terá recursos em 2027 para pagar pensionistas e aposentados.

Não é a primeira vez que os aposentados do INSS são vítimas do PT. O povo esqueceu o ex-marido de Gleisi Hoffmann, Paulo Bernardo, que foi Ministro dos governos Lula e Dilma. Preso por receber dez centavos de cada empréstimo consignado, taxa enxertada como desconto direto na folha de pagamentos, que em apenas um ano rendeu 90 milhões de reais. Dispensa-se destacar o surgimento da “líder” Gleisi, no Paraná, e sua eleição para o Senado da República em 2014.

Quanto a Paulo Bernardo, ninguém sabe do seu triste destino. Perdeu tudo. O respeito, prestígio e até a mulher que transformou de militante em senadora.

Fonte: Da Redação (Por Júnior Gurgel)