Pódio sobre rodas: dançarino do SESI ganha prêmio mundial
Publicado em 13 de dezembro de 2022Há 11 anos, David Pontes sofreu um acidente de moto, onde perdeu os movimentos e a sensibilidade dos membros inferiores. Ele passou por momentos desafiadores até aprender a lidar com a condição de cadeirante.
Em 2019, o mundo que conhecia sobre duas rodas começou a mudar: uma amiga que o via como um talento natural para a dança em cadeira de rodas insistiu que ele experimentasse a modalidade. Hoje, ele sabe que a decisões foi uma das mais assertivas de sua vida.
“A dança esportiva em cadeira de rodas trouxe o movimento que faltava na minha vida. Eu não dançava antes do acidente, mas agora, na cadeira de rodas, é o que eu mais gosto de fazer”, relata.
3 anos e 21 medalhas depois..
David entrou como atleta para a companhia de dança Do Nosso Jeito em 2019 e começou a competir no ano seguinte.
Em 2021, veio a chance de disputar a primeira competição internacional, o World CUP em Gênova, na Itália, fazendo parte do Time Brasil. Ele conquistou duas medalhas, uma de prata e a outra em bronze, nas modalidades de módulo livre e convencional.
A partir daí, os títulos vieram quase que naturalmente. A competição de destaque foi o campeonato brasileiro de 2022, disputado na cidade mineira de Poços de Caldas. Inscrito em 10 categorias, ele venceu todas. Assim, ele chegou ao topo do mundo.
“Tive a grata notícia que fechei a temporada 2022 da Dança Esportiva em Cadeira de Rodas como nº 1 do mundo, na categoria Single Freestyle Classe 1. Essa é a primeira vez que um atleta brasileiro consegue o feito. É algo que divido com todos os meus companheiros e companheiras de equipe da Cia Do Nosso Jeito”, comenta.
Além de títulos, a dança o apresentou também à esposa, Karina Souza. Ela é coreógrafa e parceira de dança. “Dividir a pista e a vida ao lado dela é um privilégio. Essa, sim, é a melhor coisa que a dança me deu, pois ao lado dela eu não apenas conquisto medalhas, eu conquisto a vida”.
Uma parceria fundamental
Fora das pistas, Davi é auxiliar administrativo da Gerência de Cultura, Esporte e Lazer do Serviço Social da Indústria (SESI) do Pará. Ele conta com horários de trabalho flexíveis para se preparar para as competições e já obteve patrocínio da instituição para conseguir viajar para os torneios.
“Trabalhar no SESI é mais um presente que Deus me deu, pois sabemos que vários atletas não conseguem somente treinar e se sustentar.” A afirmação de David retrata a dura realidade de atletas brasileiros que, sem apoio, driblam muitas dificuldades para se dedicar ao esporte.
Mesmo tendo apenas dez meses de casa, David conta que o SESI sempre se mostrou de portas abertas para acolhê-lo como atleta e como colaborador.
“Tenho recebido todo apoio para continuar competindo e isso faz toda a diferença no meu rendimento. Os resultados que consegui em 2022 refletem a parceria e o apoio que tenho do SESI”, comemora.
Fonte: Assessoria