Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
PEDRO DERRAPA NA LARGADA E JOÃO ASSUME A DIANTEIRA
Publicado em 5 de outubro de 2022Surpreendendo a Paraíba, Veneziano Vital do Rego – quarta posição na disputa pelo Governo do Estado – primeiro turno, realizado no último 02.10.2022, anunciou que “a pedido de Lula” apoiará João Azevedo no segundo turno. Sua decisão afasta por completo os comentários de bastidores, sobre o pacto por Campina, firmado entre Cunha Lima e Rego. Quem alcançasse o primeiro turno, receberia o apoio do outro. Particularmente, nunca acreditamos. Cássio já havia tentado esta aproximação (sem êxito) quando nomeou o saudoso tribuno Vital do Rego para a Secretaria de Cidadania e Justiça em seu governo.
Política é movida por “fatos novos”. Entretanto, a volta de Vené ao governo causará desconfortos às lideranças conquistadas por João Azevedo (em Campina Grande), desertores do exército de Bruno Cunha Lima. Vieram para preencher uma lacuna. E agora? O “guarda-chuvas” é pequeno para abrigar todos. Todavia, prevalecendo a habilidade, se o propósito é vencer, depois tentarão acomodar todos os gatos no mesmo saco.
Numericamente, com base no resultado das urnas, João Azevedo ao lado de Veneziano larga com 56,81% dos votos válidos apurados no último dia 02.10.2022. Uma margem confortável, que lhes permite perder até 6% nos próximos 25 dias.
Agindo de forma oposta, Pedro Cunha Lima derrapou na primeira curva, ao se abster da disputa presidencial declarando sua inapetência pela polarização reinante no País. Está subestimando a força do bolsonarismo? Em suas palavras, pretende “focar” a campanha apenas na Paraíba. Até ontem (04.10.2022), Pedro não tinha feito nenhum contato com Nilvan, nem com Arthur Bolinha, com quem conversamos às 19hs.
Pedro Cunha Lima chegou ao segundo turno com 23,90% dos votos válidos, o que corresponde a 520.604 sufrágios. Nilvan ocupou a segunda posição obtendo 18,68% ou 406.604. A diferença entre João e Pedro foi de 343.019. O apoio de Nilvan e Arthur Bolinha torna-se imprescindível, para que haja uma disputa voto a voto. Se não forem procurados em tempo hábil, Pedro será esmagado por João. A exigência de Nilvan e Arthur é o apoio incondicional a Bolsonaro. Caso contrário, liberarão o eleitorado e farão a campanha só para Presidente. Cássio deveria orientar seu filho a não tentar reinventar a roda. Pois ele já se compôs com o PT, com os Ribeiros e outros adversários, em sua jornada na vida pública.
À frente anos luz de Maquiavel, o Clã Rego agiu com pragmatismo. Já que não puderam derrotar João Azevedo no primeiro turno, foram os primeiros a chegarem e fecharem as portas para Ricardo Coutinho, oferecendo a João a opção de escolher “dos males o menor”. Sabiam que inevitavelmente – mais cedo ou mais tarde – os “bombeiros” da nacional chegariam, e cobrariam “em nome de Lula” a união de Ricardo e João.
Como quem bebe água de cacimba, os Regos (primeiros a chegarem) pegaram a água limpa. Veneziano oferece a João seus 373.511 votos, mesmo “casados” com Ricardo. Sabe que pode ocorrer barulhos e troca de acusações. Mas, paradoxalmente, o “calor” da campanha, “esfriará” o clima de tensão entre Ricardistas e Venezianistas.