

Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
PARTE I – O NOVO MUNDO DOS ALGORITMOS
Publicado em 21 de janeiro de 2025Ontem, após discurso de posse, o presidente Donald Trump – cumprindo promessas da campanha – assinou 100 decretos que remodelam costumes e ordem nos Estados Unidos, trazendo de volta a política da América em primeiro lugar, reposicionando o país como a maior superpotência do planeta. Os efeitos causarão impactos profundos e irreversíveis na geopolítica, estabelecida após a segunda guerra mundial. Trump recuperou o “sonho americano” exportador da “prosperidade”.
O primeiro e mais importante de todos os decretos, foi garantir a liberdade de expressão, exercida pelos usuários das Big Tech, tema que vem sendo exaustivamente debatido em muitos países – inclusive no Brasil – que querem controlar e censurar a opinião do cidadão usuário das redes sociais, sob o falso argumento (sofisma) da “Fake News”. Trump foi um produto das redes (2016). Em que época não existiu “Fake News”?
Os meios de comunicação de massas, surgido com a “Prensa” de Gutemberg, sempre mentiu, enganou, ludibriou, manipulou pessoas com teses e conceitos ideológicos. Lênin, Trotsky, Mussolini, Joseph Goebbels e Winston Churchill, levaram o mundo à maior hecatombe da história – segunda guerra mundial – encerrada com duas bombas atômicas. Todos perderam. Os únicos vencedores foram os Estados Unidos e a Rússia, sob a tirania do ditador Joseph Stalin e seu “comunismo”.
Trocaram apenas o termo. Com o início da “guerra fria” (1948) a “Fake News” era denominada “propaganda”. Método perigoso, com efeitos doutrinadores. As notícias mentirosas eram espalhadas através das ondas do Rádio. A Voz de Moscou, falando do “paraíso” existente na extinta União Soviética, onde não existia desemprego, violência, fome, desigualdade social, todos tinham o mesmo padrão de vida, independentemente de sua profissão, arte ou ofício. Escolas e Universidades gratuitas para todos. Uma juventude sadia, construía um novo mundo livre. Um grande embuste.
A Voz da América, pregava a democracia plena dos Estados Unidos, escondendo debaixo do tapete a terrível segregação racial, onde pretos não se misturavam com brancos. Discriminavam Latinos, Italianos, judeus e Irlandeses. A BBC de Londres tentava segurar suas colônias, que sustentavam a Coroa Britânica – depois de perder a maior de todas a Índia – que se libertou, e dividiu-se, criando um novo país, o Paquistão.
O único motivo de toda a tragédia humana vivida no século XX, com guerras em larga escala e revoluções sangrentas, não pode ser atribuída à expansão dos meios de comunicação. O vilão foi a “censura” e o “controle” destes veículos, que tinham donos. Ditavam regras, e se curvaram aos grandes interesses do poder econômico.
A expansão da Televisão – criada para o entretenimento ou cinema em casa – proporcionou o surgimento do telejornalismo. Para os grupos que já tinham um Jornal, Emissoras de Rádio e uma TV, manipularam com facilidade a opinião pública. Criaram e destruíram seus “Mitos”. Fernando Collor de Mello foi um destes exemplos. Um “fenômeno” produzido pela poderosa Rede Globo de Televisão, após a cassação das concessões de 22 emissoras que formavam a Rede Tupy de televisão. A Globo ficou só, sem concorrentes no mercado. O jovem Collor de Mello, eleito governador de Alagoas em 1986, herdou um Estado quebrado. Denunciou e começou a combater os supersalários dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo. Collor foi transformado no herói “Caçador de Marajás”.
Diariamente o Jornal Nacional, divulgava escândalos de Alagoas e mostrava Collor como salvador da Pátria. Dois anos depois, era pré-candidato à presidência da república na primeira eleição direta após o regime dos Militares. Ulisses Guimarães, Aureliano Chaves, Leonel Brizola, Mário Covas, Paulo Maluf, além de outras grandes lideranças, foram esquecidas pela TV, que só noticiava ou “impulsionava” Collor e Lula, o escolhido para ser derrotado. Collor foi eleito, e dois anos depois, ao tentar criar seu “sistema de comunicação”, sofreu um processo de impeachment. O seu “criador” (Globo), matou sua “criatura”, antes de ser eliminado por ela.