Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
PARLAMENTO NA MIRA DO ELEITOR
Publicado em 13 de julho de 2022Em meio a escuridão, caminham os pré-candidatos ao parlamento (federal e estadual) que disputarão reeleição, desvinculados da polarização entre Bolsonaro e Lula. As redes sociais começaram a se mobilizar na direção, do “lá ou cá”, por não acreditarem mais em postulantes do “centro”. Vão exigir posições nítidas: direita ou esquerda? O Brasil tem sua história e raízes no bipartidarismo. Nosso regime é presidencialista. Partidos de centro, que defendem causas isoladas ou região, só prosperam no Parlamentarismo.
Centenas de nomes completamente ignorados pela mídia tradicional despontam como promessas de expressiva densidade eleitoral (no momento), por terem sido escolhidos e, ou, representarem ostensivamente os mais diversos segmentos da sociedade, como as Igrejas (Católica e Evangélicas), patriotismo, família e costumes. Outsiders como comunicadores com canais no YouTube; digitais influencers do Instagram; formadores de opinião do Facebook… Somam-se a novos candidatos que estão fazendo campanha nos grupos do WhatsApp e Telegram. A grande maioria de parlamentares com mandatos não os renovarão.
Quem tem dezenas de milhares de seguidores que o acompanha diariamente, curtindo qualquer besteira que poste, evidente que seus admiradores tem forte tendência de serem convertidos em eleitores (para ele). Não para transferirem para outrem. Vimos uma pequena amostra deste fenômeno em 2018, no maior e mais politizado colégio eleitoral do país, São Paulo. Um Militar da Polícia (saudoso Major Olímpio), se elegeu Senador com mais de nove milhões de votos, colados com o atual Presidente da República.
As grandes manifestações populares realizadas desde 2019 – convocadas pelas redes sociais – nas ocasiões que o Congresso e STF obstruíram o Presidente impedindo-o de cumprir suas promessas de campanha – centena de milhares de pessoas foram às ruas de todo o País. Nenhum destes eventos foi anunciado pelos tradicionais veículos de comunicação, que estupidamente estão enterrando o jornalismo profissional quando se negam em fazer apenas a cobertura do fato, gerar a notícia e divulgar em forma de registro.
Estes “novos tempos” extinguiram a carreira dos milagrosos “Marqueteiros”. Os “Duda Mendonça” pertencem a um passado que se afogou no Tsunami de 2018. Não conseguem mais vender a imagem de um candidato, para ser consumida pelo eleitor de plantão. A comunicação persuasiva passou a ser simples, direta e direcionado a um público receptivo. Nada de sofismas. Frases de efeitos não influenciam mais a decisão do voto. O jornalismo tem se reinventado, e sobreviverá através da mídia alternativa. Todavia, tem que trilhar pelos caminhos da credibilidade.