Marcos Marinho

Jornalista, radialista, fundador do ‘Jornal da Paraíba’, ‘Gazeta do Sertão’ e ‘A Palavra’, exerceu a profissão em São Paulo e Brasília; Na Câmara Federal Chefiou o Gabinete de Raymundo Asfóra e em Campina Grande já exerceu o mandato de Vereador.

PARABÉNS, ‘BUNITÃO’

Publicado em 20 de dezembro de 2022

Não sei – não pergunto e nem perguntarei – por que fui apelidado, anos atrás em João Pessoa, de MAIVADO.

Logo eu, um ser franzino, baixinho como quase todos os paraibanos e temente a Deus, acho que como ninguém.

Me olho no espelho e não vejo cara de mal…

E também não lembro de ter Dona Virgília, minha saudosa mãezinha, ao empunhar a gorda palmatória de maçaranduba que mandou o marceneiro vizinho moldar e polir para ajudar na educação da sua prole de sete filhos, alguma vez na hora do castigo me chamado de mal, de ruim, de ‘sem vergonha’, de qualquer algo assim similar.

Aliás, ainda hoje sinto as dores da virulenta palmatória que “esfolou” minhas mãos injustamente lá longe, há mais de 60 anos. Dona Virgília, nesse particular, era extremamente desigual, porque a “maivada” lá de casa era a mana Iza, danada desde o berço!

Mas Mãe tinha esse costume, digamos assim, malino: de também bater nos outros filhos quando estava a corrigir Izinha… Dizia ela que era para a gente não ficar “mangando” da pirracenta.

Eu, o caçula dos sete que ficava em casa porque ainda não trabalhava, pagava a maior parte do pato das sandices da mana, e a velha palmatória me lascava como banda de lata velha. Mas eu entendia as razões de Dona Virgília!

E, por isso repito, nem por ela fui chamado de malvado…

Quem me CARIMBOU com essa pecha foi o aniversariante de ontem, Sebastião Lucena, o “bunitão” de Princesa Isabel que tomou João Pessoa como sua e acha-se no direito de dizer aqui e alhures que eu sou homem MAIVADO.

Cara injusto duma porra!

O pior é que hoje, quando ultrapasso a ponte Sanhauá, todo mundo me chama de MAIVADO.

Marcos Marinho, na Capital das Acácias, ninguém sabe quem é… E eu nem ligo, porque a vida me ensinou que até coisa ruim a gente consegue se acostumar com ela.

Eu não sou MAIVADO, e deixa a vida me levar. Como dizia Zé Américo, falem mal, mas falem de mim!

O que conta é que eu gosto de Tião Lucena de graça, como o povo mais humilde da minha Campina Grande costuma dizer por essas bandas com aqueles a quem a gente quer muito bem.

Por uma razão bem simples: Tião é gente igual a mim, só não é MAIVADO! E não é, porque tem medo de uma grande dama que botou ele nos trilhos – Dona Cacilda.

Daí porque hoje, com um dia de atraso, já nem sei se dou para ele os parabéns pela nova data ou se parabenizo de verdade e com louvores a mulher que manda nele.

Mas, vá lá que seja: PARABÉNS, bunitão !!!