Valberto José
Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.
Padre Gaspar Rafael
Publicado em 9 de janeiro de 2025Não é de se imaginar a alegria que eu tive ao saber que Gaspar se tornara padre. Padre Gaspar Rafael! A surpresa foi imensa, mas não maior do que o meu contentamento de que mais um jovem optara pelo sacerdócio. Sou daqueles católicos que vibram com a notícia de que alguém entrou para o seminário e com a ordenação sacerdotal, me entristeço com uma Diocese vacante e me alegro com a nomeação de um bispo.
Conheci Gaspar há mais de 40 anos, nos meus passeios em Arara na casa de Jurandy França, colega do Curso de Comunicação da URNE, hoje UEPB. Foram poucos os nossos encontros, mas marcantes. Tenho vaga lembrança de ele falar de um irmão jornalista em João Pessoa, que muitos anos depois soube que é José Nunes, hoje também diácono da Arquidiocese da Paraíba.
O abandono universitário de Jurandy e sua mudança definitiva para o Sul me desmotivaram a ir em Arara, desmotivação essa que encontrou amparo na radicalidade de minha vida laboral. Isso mesmo! Explicando, trabalhava em dois locais, e todos os dias da semana, “sem ao menos um domingo de repouso”, como versa o poeta Augusto. Assim, passei cerca de 20 anos sem desfrutar da hospitalidade dos Araújo França.
Só voltei a Arara nos meados da primeira década do século 21, surpreendendo Dona Lourdes França, aproveitando uma viagem que fiz até Guarabira. A mãe do meu amigo ainda expunha no rosto o vermelho emotivo da visita quando comecei a lhe perguntar pela turma de Jurandy que me acolhia. Quando me disse que Gaspar se tornara padre, quem ficou de face rosada fui eu.
Desde então, passei a aguardar uma oportunidade de me encontrar com o padre Gaspar Rafael. Fiz várias viagens pela região do Brejo, inclusive estive mais de uma vez no Santuário Frei Damião, em Guarabira, do qual foi Reitor, e nada. No dia 19 de dezembro último, essa oportunidade surgiu, com a solenidade de posse da recém fundada Academia de Letras de Arara, da qual é um dos imortais. Mais de 40 anos do nosso encontro juvenil, 25 anos após sua ordenação.
Terminada a solenidade, nem precisou do também imortal Jurandy me apresentá-lo. Esperei o momento certo, justo quando ele vinha caminhando à porta de saída e me apresentei. Claro que não se lembrou de mim, assim como eu não o reconheceria, em outro ambiente, sem a batina. Me acolheu maravilhosamente, logo pedindo meu contato.
Doravante, acolho suas mensagens, escuto e vejo sua curta homilia. Curta, objetiva e clara. No final, padre Gaspar nos impacta, abençoando com a Cruz na mão girando conforme vai dizendo “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Muito forte esta bênção!
Padre Felipe Serafim
Ao tempo que me aproximo do padre Gaspar, vou me distanciando do padre Felipe Serafim. Pregador do Retiro das Equipes de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ano passado, primeira pregação sua para casais, ele deixa Campina Grande, um ano depois de estar aqui, vindo de Sergipe. Redentorista, atende às necessidades da Congregação, e vai ser pároco da Paróquia São Geraldo Majella, em Goianira, Goiás.
No próximo dia 26, no Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Bodocongó, padre Felipe celebra sua missa de despedida. Citando o verso da música cantada por Elba Ramalho, “eu fui feliz lá no Bodocongó/com meu barquinho de um remo só”, comunicou ele sua transferência na missa/novena de terça-feira. “É a missão, gente”, disse. Minha gratidão a ele por ter me motivado, durante o Retiro, voltar a participar das Novenas de Nossa Senhora.