Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

OS DESAFIOS DE WILSON FILHO

Publicado em 3 de julho de 2024

O governo João Azevedo exibe um frontispício de conquistas e realizações, sobressaindo-se de problemas crônicos – em ritmo acelerado – e posicionando-se acima de alguns dos dezesseis Estados que compõem a região Norte/Nordeste, considerada “gargalo”, na visão macroeconômica, comprometedora do desenvolvimento integrado do país. Todo problema tem sempre uma solução de plantão.

Nas pesquisas realizadas para identificar quais as principais dificuldades que afligem os brasileiros, nos últimos seis anos, a segurança pública figura em primeiro lugar, seguido de educação, mobilidade urbana, saúde e desemprego.

No tocante a segurança pública, segundo dados do IBGE e o FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), das dezesseis Capitais da região, João Pessoa é a terceira mais segura do Norte/Nordeste, e Campina Grande – entre as cidades com mais de 100 mil habitantes – lidera o ranking, com o menor índice de violência/criminalidade.

Outro ponto relevante que merece destaque é a nota máxima, “A”, classificada pelo Tesouro Nacional, ao lado de apenas outros cinco Estados, posição que se mantém seguidamente desde 2020, 2021, 2022 e 2023. Nesta avaliação, a Paraíba registra equilíbrio fiscal, baixo endividamento e capacidade de pagamento, fatores indispensáveis para atrair investimentos do governo federal, e agentes financeiros internacionais como o BIRD, que exigem garantias reais como contrapartida.

Entretanto, para “descolorir” e empobrecer o brilho do conjunto da obra, surge o problema da educação, como desequilíbrio, que em curto e médio prazo pode comprometer todas as demais conquistas. Claudicante, não consegue acompanhar o ritmo coletivo da equipe que busca chegar ao pódio. O problema não é recente, vem de outras gestões que não se adequaram à evolução do ensino, e seus métodos inovadores.

Ex-gestores desta pasta repetiram métodos anacrônicos. Cabe ao novo secretário Wilson Filho queimar etapas, superar dificuldades e aprimorar em níveis aceitáveis a posição da Paraíba no ranking nacional, hoje no antepenúltimo lugar entre o distrito federal e os demais 26 Estados que compõem a Federação.

Revigorar programas bem sucedidos no passado, numa versão atualizada, pode vir a ser o “ovo de Colombo” de Wilson Filho. Um novo “Mutirão Escolar”, com uma visão do século XXI, é a única alternativa para Wilson Filho não repetir as diretrizes medíocres, e erros contumazes de seus antecessores. Um programa de aceleração, envolvendo Estado e municípios, se for lançado ainda este ano, os frutos poderão começar a ser colhidos já em 2025. Em larga escala uma grande “safra” será alcançada em 2026. Ouvir autoridades da área, capacitar, reciclar, treinar e interagir com a base (municípios) será um trabalho árduo, porém, resultará em sucesso.

Importar modelos, não é solução. Copiá-los, é alternativa com chances de acertos, desde que seja adaptada a realidade do Estado e sua população, levando-se em conta seu atraso. O desafio de Wilson Filho é um risco, talvez não calculado. Se for bem sucedido na empreitada, os louros da vitória serão do governo. Se fracassar, a incompetência foi toda sua.