Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

ONIX LORENZONI E O PROJETO DA DIREITA CONSERVADORA ALÉM FRONTEIRAS

Publicado em 2 de dezembro de 2023

Entrevistado pelo Jornalista Padre Albeni em João Pessoa, no último dia 30/11/2023, o ex-ministro do presidente Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, que está percorrendo todo o País, lançou livro de sua autoria sobre a origem e trajetória de um “Mito” que mudou a história política do Brasil, nas eleições presidenciais de 2018.

O colóquio nitidamente improvisado, entre Albeni Galdino e Lorenzoni, reportagem no estilo “quebra queixo” – quando o repórter não dispõe de pauta, mas não perde a oportunidade de abarrotar de perguntas uma figura pública – Albeni durante metade da entrevista se dirigia ao ex-ministro chamando-o de Lorenzetti (marca de chuveiro elétrico). E Lorenzoni respondia suas perguntas, se reportando a João (?). Dispensando a confusão do “repente”, o conteúdo foi proveitoso. Lorenzoni revelou que a partir de Bolsonaro, a direita despertou. Sempre foi “maioria” desorganizada, governada por uma esquerda “minoritária” organizada e pragmática.

Outro fato – cremos ser ainda desconhecido por muitos – foi o surgimento de um movimento internacional da direita conservadora – a partir do Bolsonarismo brasileiro, ideia hoje em plena expansão, organizando-se e atuando em todos os países democráticos, provocando mudanças radicais na Europa Central, Leste Europeu e América Latina. Lorenzoni está há três meses na Europa, e pelo que deixou transparecer em suas palavras, integra esta militância itinerante por todos os continentes.

Pelo que interpretamos, trata-se de versão oposta da “Internacional Socialista”, movimento extremista inspirado e comandado por Leon Trotsky, defensor da tomada do poder pela luta armada, responsável pela expansão do comunismo – com guerrilhas – em todo o planeta. Sucumbiu com o início da segunda guerra mundial. A União Soviética foi “financiada” por banqueiros, para impedir o nacionalismo Nazista.

Padre, ao comparar Donald Trump com Bolsonaro, foi retrucado por Lorenzoni. “Trump é um representante da direita conservadora nos Estados Unidos. Mas, tem contra si, o antiamericanismo, estigma criado pela propaganda comunista no período da guerra fria, que os alcunharam “imperialistas”. Conceito ainda resistente e interpretado de forma confusa pela direita conservadora. O nacionalismo (isolacionista) não sobrevive num mundo economicamente globalizado. Repetirá a derrocada da Cortina de Ferro e o COMECON da extinta União Soviética.

Com sete mandatos no parlamento (dois no seu Estado RS) e cinco na Câmara dos Deputados, Onyx confessou que nunca cumprimentou Lula. Jamais foi ao Palácio do Planalto, quando o PT esteve ocupando suas dependências. É considerado em seu Estado como o maior inimigo do PT, razão de sua derrota em 2022 para o governo do Estado. Por apenas 3 mil votos, Eduardo Leite chegou ao 2º turno. O PT por completo despejou seus votos contra seu maior inimigo, Onyx. Se o PT tivesse chegado ao segundo turno, metade do eleitorado de Eduardo Leite votaria em Lorenzoni.

Quanto à trajetória de Bolsonaro, Onyx revelou que o “Mito” já esteve nas bases petistas, para confrontar o presidente FHC e sua política de privatização das estatais. Passou pelo PFL, e foi seu liderado. Como nunca é tarde para se aprender, e mudar em função da realidade, ouvindo o povo, Bolsonaro mudou e acertou.

Influenciou diretamente no fim do Peronismo na Argentina. Acabou o socialismo do Uruguai e Paraguai. E na visão de Onyx, será candidato em 2026. Mesmo Albeni Galdino insistindo, sobre o fato do TSE o ter tornado inelegível, o argumento de Lorenzoni foi preciso. “Lula foi descondenado”. O STF/TSE não tem respaldo para enfrentar o povo e as ruas. Neste aspecto, concordamos. Lula em seu desespero, taxou o STF de “acovardado”. E foram estes “covardes”, que mudaram de posição e o tornaram elegível. Todavia, se Lula continuar sendo abominado pelo povo, STF/TSE mudará novamente de posição sem o menor pudor, como fez Gilmar Mendes (monocraticamente) impedindo Lula de ser Ministro de Dilma, fato que evitaria sua prisão.