Júnior Gurgel

Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.

O VALOR DO SILÊNCIO

Publicado em 3 de março de 2023

Carente de pragmatismo, o núcleo sectário do governo petista ainda não percebeu que os tempos mudaram e o mundo da segunda década do século XXI ganha velocidade na internet. Plataformas e aplicativos envolvem comércio e movimentações financeiras online, papel moeda entra em fase de extinção, novos mecanismos de transações – cartões e o inovador PIX – identificam o histórico de crédito do empreendedor ao consumidor, reduzindo distâncias.

Programas sociais que popularizaram o PT ficaram num passado nostálgico, já não rendem mais a simpatia de outrora. A população informada pelas redes sociais começou a enxergar que combate à fome, saúde e educação são garantias constitucionais, hoje atreladas mais ao Parlamento que ao próprio Poder Executivo.

O novo setor produtivo e a elite econômica que surgiu a partir do Agronegócio fizeram com que este gigante – mesmo andando a passos de tartaruga – avançasse, vencendo obstáculos da insana burocracia que escraviza o empreendedorismo através de uma exorbitante carga tributária, cuja função é gerar receitas para sustentar uma classe política atávica, e um poder judiciário perdulário.

Os resultados da economia brasileira do ano de 2022, agora divulgados, trazem números surpreendentes e expressivos, como por exemplo o PIB. Contrariando expectativas até do FMI, cresceu 3%, após uma pandemia que paralisou todo o planeta. Recorde na produção de grãos, carne bovina, suína, frango… Lucro da Petrobras de 188,3 bilhões de reais – maior de todos os tempos frente às demais petrolíferas – alcançando o primeiro lugar no segundo trimestre de 2022, no ranking das empresas que mais pagam dividendos no mundo, segundo Índice Global de Dividendos da gestora Janus Henderson, superando as colossais Nestlé, China Mobile, Microsoft…

Na contramão da história, a arrogância das esquerdas na sua frustrante e desesperada busca de restaurar a imagem do seu “líder populista”, não conseguiu ressuscitar o discurso ultrapassado do “nunca antes na história deste país…”.

Declarações radicais de Gleisi Hoffmann e Lula provocam recuo no mercado e enxotam os grandes investidores internacionais. A Bovespa registrou queda de 7,50% no mês de fevereiro (2023), pior resultado desde o ano de 2001, quando o real “trincou” pelo ataque especulativo comandado por George Soros, contra os países de economias emergentes: México, Rússia, Índia, Brasil e África do Sul.

Desde sua campanha em 2018, Jair Bolsonaro nunca falou sobre economia. Personalidade sincericida, nas entrevistas e declarações não escondia sua humildade em confessar: “não entendo deste assunto, isto é com o Paulo Guedes”. Seu silêncio sobre o tema foi a chave do seu sucesso na área. De forma descentralizada, creditava sua gestão às competências de Tarcísio de Freitas, Rogério Marinho, Tereza Cristina…

Fernando Haddad – que vem se convertendo num novo “Chicago Boy” – é o único que enxerga as mudanças globais. Deparou-se com uma Economia maior que o Estado. Identificou os limites de sua Pasta, e procura agir dentro das regras neoliberais, batendo de frente com seus colegas “doutrinados”, ainda presos à utopia de construir uma grande Nação socialista no cone Sul.

Forçado pelos xiitas do governo, Haddad comete deslizes, como a criação de um imposto com alíquota de 9% para exportação de petróleo. A Petrobras exporta 700 mil barris/dia – mais que toda a produção da PDVSA (Venezuela). O imposto elevará os preços, e perderemos mercados para a concorrência. Como é uma Medida Provisória – com validade de 120 dias – a Câmara poderá derrubá-la, e se refazer do vexame.