Valberto José
Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.
O Terço dos Homens da Catedral
Publicado em 15 de agosto de 2024Não obstante eu e a mulher já participarmos das Equipes de Nossa Senhora, alimentei por vários anos um compromisso sagrado com o Terço dos Homens da Catedral Nossa Senhora da Conceição de Campina Grande. Nem a jornada de mais de 10 horas de trabalho impedia a regularidade da minha presença na nossa Igreja Matriz, às noites de quinta-feira.
Vivenciei momentos divinos integrando o grupo de homens do Terço da Catedral. Foi inesquecível o Encontro Nacional no “Geraldão”, em Recife. Imagine o ginásio lotado e as vozes masculinas uníssonas rezando ou fazendo coro na apresentação do Padre Antônio Maria. Ainda hoje me arrependo de não ter ido ao encontro de Fortaleza.
Também é inesquecível constatar que no ônibus com 40 homens, nenhum deles conduzia uma caixa de fósforo ou um isqueiro. A comitiva participaria de data festiva do Terço do distrito de Dois Riachos, em Salgado de São Félix, e o combinado era soltar fogos antes, avisando da chegada. Foi preciso um dos passageiros se dirigir a uma casa e conseguir o inflamável. Ninguém fumava ali, portanto.
De certa forma, minha longa jornada laboral contribuiu para que eu deixasse de frequentar o Terço da Catedral, mas a decisão mesmo foi tomada quando os dirigentes começaram a esticar o tempo de duração da celebração, superando algumas vezes o de uma missa. Na noite em que durou cerca de duas horas, foi minha última vez naqueles bancos como membro do Terço.
Mas não me afastei do movimento. Nessa época, o Terço dos Homens já se ramificava pelas igrejas dos bairros. Passei a frequentar na Capela de São João Batista, no Jardim 40, depois na Igreja de Santa Filomena, na Liberdade, e por último na Igreja de São Francisco, no Cruzeiro. Ainda antes da pandemia, troquei a frequência, voltando às novenas em Bodocongó.
Na primeira quinta-feira deste mês retornei aos “bancos” da Catedral, agora como integrante do Terço dos Homens da Capela de Santa Clara, em Rosa Cruz. O aspear nos bancos significa minha surpresa pelo fato do Terço na Matriz não estar sendo rezado, desde após a pandemia, dentro da igreja e sim numa sala anexa e com uma participação mínima, que não chega a uma dezena de frequentadores.
Minha volta atendeu ao convite da coordenação diocesana e contou com quase 60 homens de várias comunidades, a maioria pasma com o deslocamento da celebração. Doravante, toda primeira quinta do mês o Terço dos Homens da Catedral reunirá frequentadores das quatro foranias da cidade.
A iniciativa visa a recuperação numérica presencial do encontro e “fortalecer o sentimento de pertencimento e a diocesaneidade entre os participantes, promovendo a união e o comprometimento espiritual dos homens do Terço”.