

Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
O POVO PODERÁ IR ÀS RUAS PEDIR A EXUMAÇÃO DA LAVA-JATO
Publicado em 23 de abril de 2025A condenação do ex-presidente do Peru, Ollanta Humala, e sua esposa ex-primeira dama Nadine Heredia – corrupção lavagem de dinheiro e organização criminosa – tem origem na Operação-Lava, delação premiada de Marcelo Odebrecht. Em sua confissão, ele revelou detalhes de como enviou 3,0 milhões de dólares para a campanha de Humala, em 2011, a pedido do ex-presidente Lula, dando-lhes como garantia o superfaturamento em obras. A Justiça Brasileira enviou para o MP do Peru provas robustas com cópias de comprovantes das transferências bancárias, além de relatos comprovados das remessas em espécie, com o nome do portador identificado, confirmado pelo mesmo, minudenciando o “modus operandi” utilizado.
O arquiteto que projetou, construiu e sistematizou toda a ladroagem e corrupção instalada no Brasil – antes e durante permanência do PT no poder – foi o ex-guerrilheiro Zé Dirceu. Imaginando que tudo havia se encerrado após seu pupilo, ministro Dias Toffoli, mandar arquivar a delação de Marcelo Odebrecht, não cogitou possibilidades de existências de suas digitais em outros crimes, como as encontradas no Peru. Marcelo pode ser condenado em um tribunal, longe do alcance e influência de Zé Dirceu, proprietário da empresa de Consultoria, que viabilizava junto ao BNDES financiamento da corrupção disfarçada em obras.
O PT está no centro de uma teia de corrupção “estruturada”. Já havia levado outro ex-presidente do Peru, Alan Garcia, a cometer suicídio em 2019, após a delação de Marcelo Odebrecht. Garcia, na sua segunda gestão (2006/2011), foi atraído pelo BNDES/Odebrecht, para financiar a construção do Metrô de Lima.
O CEO da Construtora confessou ter pago a Alan Garcia 29 milhões de dólares e aceitou o acordo proposto pelo MP do Peru, para – além de colaborar – devolver 230 milhões de dólares. Está cumprindo. No Brasil, Dias Toffoli rasgou sua delação, com apoio da maioria de seus pares do STF. Na Justiça dos Estados Unidos, Marcelo Odebrecht confessou e ofereceu provas de ter pago 788 milhões de dólares em propinas a corruptos brasileiros, financiando campanhas das “esquerdas” aqui, e em mais 10 outros países.
Alan Garcia, após ser intimado pelo MP do Peru, tomou a mesma decisão de Nadine Heredia. Fugiu para o Uruguai e pediu asilo, alegando “perseguição política”. Após 10 meses, a Justiça Uruguaia negou o pedido e o devolveu ao Peru. Temendo a cadeia, tirou a própria vida, enquanto os Oficiais de Justiça o aguardavam para conduzi-lo a um interrogatório. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está acompanhando todos os casos. O Peru tem sido mais rápido nas investigações e julgamentos.
Propositalmente, todos esses eventos – manchetes no mundo – não foram noticiados pela grande mídia brasileira, aprofundando sua perda de credibilidade da população, levantando suspeitas de seu envolvimento numa grande “quadrilha”, abafando ou “silenciando” escândalos protagonizados pelo Congresso, Judiciário e Poder Executivo. Curiosamente, o casal Kirchner (Néstor e Cristina) chegou ao poder na Argentina em 2003, no mesmo ano que o PT subiu a rampa do Palácio do Planalto, ocupou a Esplanada dos Ministérios, controle das gigantes estatais, Bancos Públicos e Fundos de Pensões.
Em 2016, o Congresso Americano ampliou a “Lei Magnitsky”, criada em 2012 pelo governo Barack Obama. Proíbe corruptos de entrarem nos Estados Unidos, congelam e confiscam seus bens e ativos financeiros no território do Tio Sam. Utilizam o sistema SWIFT (pagamentos e compensações internacionais), presente nos cinco continentes, como fonte de informações. Caso exista depósitos em outros países, mas se a instituição bancária for americana, aplica-se a Lei Magnitsky. A ex-presidente Cristina Kirchner, seus filhos e o ex-ministro das finanças, foram os primeiros condenados pela nova legislação. Estão impedidos de pisar em solo norte-americano. Este foi o primeiro passo do Secretário de Estado Marcos Rubio, dando início a grande “faxina”, para estancar e extirpar a corrupção banalizada na América Latina, escondida por trás de falsas “ideologias”, exploradas por líderes demagogos, manipuladores da ignorância política do povo. Haverá tempo hábil para Zé Dirceu, Lula e seus filhos, além de uma “penca” de autoridades do judiciário e políticos escaparem? A Lava-Jato tem que ser exumada, e autopsiada, para identificar sua verdadeira “causa mortis”.