Marcos Marinho

Jornalista, radialista, fundador do ‘Jornal da Paraíba’, ‘Gazeta do Sertão’ e ‘A Palavra’, exerceu a profissão em São Paulo e Brasília; Na Câmara Federal Chefiou o Gabinete de Raymundo Asfóra e em Campina Grande já exerceu o mandato de Vereador.

O “óbvio ululante” do governador

Publicado em 16 de janeiro de 2025

O governador João Azevedo não tem como se explicar ao deputado Adriano Galdino sobre a desastrada e inoportuna fala que produziu ontem em João Pessoa perante os microfones da rádio Arapuan, acaso queira – por arrependimento – ou a isso venha a ser aconselhado pelo triunvirato que o assessora nas questões delicadas do Palácio da Redenção.

Ao “puxar” o tapete da anunciada e reiterada disposição do deputado Adriano Galdino vir a sucedê-lo no Governo, disputando pelo grupo situacionista as eleições majoritárias de 2026, João simplesmente disse o ÓBVIO ULULANTE, algo pra lá de evidente, gritante e insofismável e, por isso mesmo, jamais suscetível de dúvidas, por ser inapagável: o fato de que apenas “atura” o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, por iguais óbvias razões, mas não o tolera.

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No bom Português, ÓBVIO ULULANTE é a verdade que está na cara! Mesmo essa dissimulada (até ontem) de Sua Excelência o governador João Azevedo Lins.
Fica claro que João, tido por muitos como ainda um neófito nas artimanhas da política partidária, tentou dar um freio de arrumação na sua base, mas a espingarda descalibrada acabou por alvejar exatamente o pássaro errado, aquele que deveria, isto sim, ser blindado de todo e qualquer ataque.

Jogando precipitadamente o jovem vice governador na fogueira, por desnecessidade, embora o velado intuito de não se indispor com os sonhos da família Ribeiro justifique o desastre, também resta claríssimo que João não é nenhum bobo, embora esteja carente ainda de muito caminhar.

Ao revelar natural indignação com o discurso do governador, Adriano Galdino, notório por costumar expressar o que tem na alma e ser verdadeiro em tudo que diz e propaga, aludiu na mesma rádio Arapuan onde João debulhou seu milho apodrecido que o “começo do fim” da gestão Azevedo chegara.

Ou seja, a governabilidade até aqui tão tranquila para João Azevedo, em sua grande parte gerada pela sobriedade com que Adriano conduz os embates legislativos, também findou.

E agora, José (ou João)?

Menosprezar o potencial político de um homem como Adriano Galdino é sabedoria? Ou João Azevedo tem assessores videntes em seu derredor, para agir tão assim à vontade botando o pé no breque quando a hora recomenda acelerar e ser prudente?

Bem dizia Zefa Coreia e sua parceira de copo lá do Beco do Califon: o doido é aquele que se faz de doido… E agora só resta mesmo dar tempo ao tempo!