

Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
O MERCADO DE TRABALHO DA TERCEIRA IDADE (Parte II)
Publicado em 24 de janeiro de 2024A redução é drástica da taxa de natalidade em quase todo o mundo, exceto no Continente Africano – áreas saariana e subsaariana – e o no sul da Ásia, onde se localiza a gigante Índia. Ultrapassando a China com 1,458 bilhões de habitantes, surge em terceiro lugar os Estados Unidos com 335 milhões, 1/4 da China e da Índia. E o Brasil, que atrofiou, perdendo posições neste ranking, para Indonésia, Paquistão e Nigéria. Hoje ocupamos o 7º lugar, com a população estimada pelo IBGE em 213 milhões, apontando declínio projetado para 208 milhões, no ano de 2030.
Nas décadas dos anos 50, 60 e 70, a taxa de natalidade brasileira girava em torno de 6,0% ao ano. Para 2030, a projeção otimista de crescimento é de 1,5%. Por outro lado, a vida média do brasileiro subiu neste mesmo período, de 50, para 78,9 anos. Em 2030, o Brasil terá 19% de sua população acima de 60 anos. Sua força de trabalho, entre os 30 e 60 anos, estabilizará em torno de 40% da população. Como os números são elementos da ciência exata, o crescimento do PIB acompanha a expansão demográfica. Entre 2022 e 2030, o nosso PIB terá uma taxa de crescimento na ordem de 1,5% a no máximo 2,4%.
Os últimos estudos do secular Henry Kissinger – falecido recentemente – conselheiro de todos os presidentes norte-americanos desde Nixon, orientou o governo Biden a investir urgentemente na Índia, prevendo a estagnação do mercado consumidor Chinês, determinado pela sua queda na taxa de natalidade. A contradição que não se consegue interpretar – tese acadêmica de Kissinger – é que quanto mais pobre for o país, com população abaixo da linha do IDH, maior é sua taxa de natalidade. Obviamente, terreno fértil para um novo modelo de colonização – econômica – que financiará novas tecnologias, plantas fabris, treinamento e qualificação de mão-de-obra especializada… Manterão a Ordem Econômica estabelecida no pós guerra de 1945
Pesquisas avançadas põem por terra as teorias conspiratórias de redução da população mundial, concebidas pelos progressistas, travestidos de comunismo do século XXI. Distante destes grandes Centros Acadêmicos, o Brasil permanece à mercê do improviso, sem projetos futuristas que sobrevivam mais que quatro anos, período da gestão de um líder político no poder, refém da mediocridade populista, com visão distributiva “papai noel”. Engessam o empreendedorismo, sucateiam as Universidades – abandonaram a pesquisa – e se limitaram a “titular” o terceiro grau.
O país tem 8,0 milhões de desempregados, 40 milhões sobrevivendo do Bolsa Renda. Paradoxalmente o SINE convoca diariamente profissionais para o mercado de trabalho. Mas, falta qualificação. A Ciência da Computação formará até 2025 50 mil profissionais. A demanda do mercado prevê absorver 185 mil. Em contrapartida, anualmente mais de 5 mil Filósofos são formados nas redes das Universidades pública e privada. Para trabalharem onde?
A Europa Central vive o mesmo dilema. Jovens famílias da Zona do Euro se recusam a reproduzirem-se. Os casais não querem ter filhos, temendo perderem nas guerras. Falta mão-de-obra para digitadores, vendedores, motoristas, porteiros, zeladores, eletricistas, vigilantes, mecânicos, encanadores, serviços domésticos… Num continente que tem a população mais envelhecida do planeta, os aposentados estão voltando ao batente. Antes, admitiram o processo migratório, para suprir a carência. Mas, se depararam com as questões religiosas e culturais dos imigrantes. Seus baixos níveis de conhecimento, que não atendem as exigências profissionais do trabalhador do século XXI.
Na sequência, final com a parte III.