

Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
O EFEITO DONALD TRUMP (PARTE I)
Publicado em 20 de fevereiro de 2025O governo Lula III está elaborando uma cartilha orientando como o PT e as esquerdas devem se preparar – usando linguagem única – para enfrentarem os efeitos da nova ordem (mundial) política/econômica, inaugurada em 20/01/2025 com a posse do presidente norte-americano Donald Trump.
O Brasil, que a duras penas conquistou uma posição de potência regional na América do sul, ainda não tomou conhecimento da posição que ocupará nesse novo cenário geopolítico. Porém, as primeiras medidas de saneamento financeiro, para combater o déficit fiscal dos Estados Unidos, já atingiram em cheio os programas sociais do Brasil. O fechamento da USAID, que consumia U$ 40 bilhões anualmente do contribuinte americano, desfalcou em 68 milhões de dólares as 100.000 ONG instaladas só na Amazônia legal, recursos destinados à preservação ambiental, saúde, educação, saneamento básico e qualidade de vida das comunidades indígenas.
A grande mídia do ocidente, também subsidiada pela USAID – a partir dos grandes jornais dos Estados Unidos como o New York Times, Washington Post – abafou a existência desta organização criminosa politizada, sob domínio dos democratas “progressistas”. Aqui no Brasil, comunistas.
Declarações isoladas de alguns destes marginais consideram que os 68 milhões de dólares suspensos para este ano comprometem os “programas sociais” da região amazônica. Quais, e onde estão? Nunca chegou um centavo na ponta, ou nas populações ribeirinhas. Onde foi parar, durante anos a fio, tanto dinheiro? Estas ONG estão espalhadas por todo o país. Um escândalo monstruoso, desumano e criminoso, que cabe investigação pelo parlamento brasileiro em todos os níveis: federal, estadual e municipal. E o Ministério Público? Por onde anda que não enxerga as ONGs?
Trump fechou a USAID e pôs em disponibilidade 10 mil funcionários desta Agência, espalhados pela África, Américas Central e do Sul. Quantos tem no Brasil? A USAID – United States Agency International Development (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) foi fundada pelo presidente John Kennedy, em novembro de 1961, com o mesmo objetivo do Plano Marshall de 1948, que conteve o avanço do comunismo na Europa Central. Teria papel análogo, limitando o comunismo à Ilha de Cuba, evitando sua proliferação pela América Latina, atingindo países pobres, sem estabilidade política, com suas populações expostas e vulneráveis a propaganda e guerrilha, incentivada e financiada com dinheiro de Moscou, pelo ditador Fidel Castro.
O programa foi bem sucedido, porém muito criticado pelas esquerdas da época, por patrocinarem e apoiarem golpes militares, combater a guerrilha ou a luta armada usada para tomar o poder. Especula-se sobre financiamento da USAID a “Operação Condor”. Para alguns, teoria da conspiração. Para as esquerdas, projeto de poder de todos os militares da América do Sul, que governavam o Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Chile, Peru, Colômbia, Equador, Bolívia, ficando fora apenas a próspera Venezuela. O país mais rico da região – hoje bolsão de pobreza – mesmo tendo uma das maiores reservas de petróleo do planeta.
A Venezuela foi fundadora da OPEP.
Com o fim da guerra fria e dos regimes militares no cone sul, a USAID esteve à beira da extinção. Mas sobreviveu, como consultora das milhares de fundações bilionárias dos Estados Unidos, que doam dinheiro para combater a fome, assistir a saúde, incentivar a pesquisa, melhorar o grau de instrução do povo e fomentar projetos desenvolvimentistas. Entretanto, com o crescimento das esquerdas a USAID foi ocupada pelos “progressistas”. Passaram a utilizar o mesmo método dos anos 60, quando era comandada pela direita. Na América Latina, financiam a mídia, fraudam eleições, apoiam o ativismo judiciário e por mais absurdo que seja, no Brasil são “antiamericanistas”. Cremos que agora, todos entendam o recado de Trump: “nossos amigos estão nos tratando como nos tratam nossos inimigos”.
Na sequência (PARTE II, o submundo das ONGs.