Marcos Marinho

Jornalista, radialista, fundador do ‘Jornal da Paraíba’, ‘Gazeta do Sertão’ e ‘A Palavra’, exerceu a profissão em São Paulo e Brasília; Na Câmara Federal Chefiou o Gabinete de Raymundo Asfóra e em Campina Grande já exerceu o mandato de Vereador.

O “desastre” agora gera FAKE NEWS 

Publicado em 18 de novembro de 2022

Aos 69 anos bem vividos de idade, podem me acusar do que quiserem que eu não estou nem aí… Mas, de cego ou de burro, não!

Contesto na hora, porque o bom Deus tem conservado bem aceso o meu faro jornalístico; e a minha visão permanece com longo alcance, capaz inclusive de ver, de ler e de interpretar o que existe – ou o que se planta – em entrelinhas.

Ontem, por exemplo, tão logo o jovem Olímpio Rocha publicou aqui neste portal o excelente texto onde analisa cronologicamente e com invulgar competência os dois anos da gestão desastrosa do prefeito Bruno Cunha Lima (PSD), recebi press-release da Prefeitura Municipal de Campina Grande, em cifrada contestação, exaltando solenidade na Capital onde o alcaide teria sido aplaudido ao receber um tal de OSCAR DA GESTÃO PÚBLICA, tipo de “honraria” sem valor nenhum, dessas que pululam por aí a cada final de ano e que servem para, a custo monetário não revelado, inflar egos de incompetentes que cumprem prazo de mandatos e/ou “missões” temporárias, principalmente em cargos públicos onde o poder da caneta permanece com exorbitância fazendo diferenças.

A manchete declara que “Bruno recebe o prêmio máximo de excelência no Estado por resultados da administração em 2022”, o que realmente – e lamentavelmente – não corresponde à realidade do que se vê em Campina Grande.

A matéria alude ao ‘Prêmio Cidades Excelentes’, do Grupo Band de Comunicação e Instituto Aquila, que foi entregue na manhã desta quinta, em João Pessoa, durante requintado regabofe no Hotel Holanda’s Prime, na orla de Tambaú.

Diz que após ser submetida a uma avaliação de 62 eixos da administração pública, a gestão municipal de Campina Grande ganhou a nota máxima em nível estadual, diploma este que o prefeito Bruno Cunha Lima recebeu com escancarado sorriso de alegria ao lado de dois dos seus mais gabaritados auxiliares – o jornalista Marcos Alfredo Alves, da Comunicação Social, e Raymundo Asfóra Neto, da Educação – e sob aplausos delirantes de dois dos ilustres vereadores da sua bancada no Legislativo campinense: Saulo Noronha e Janduhy Ferrreira.

Da Paraíba, foram poucas as cidades concorrentes: Lastro, Frei Martinho, Serra Grande, Monteiro, Cajazeiras, João Pessoa, Esperança, São Mamede, São José do Bonfim, Campina Grande, Santa Luzia, Guarabira, Quixaba, São Bento, Serraria, Passagem, Mataraca, Queimadas, Pombal, São Sebastião de Lagoa de Roça e Cabedelo.

Sobre o ‘Prêmio Áquila’, informa o texto que o mesmo é considerado o ‘Oscar da Gestão Pública no Brasil’, sendo concedido a partir da ferramenta IGMA, que é desenvolvida pelo Instituto Áquila por meio de Inteligência Artificial e que os indicadores são construídos a partir de seis pilares: Eficiência fiscal e Transparência; Educação; Saúde e Bem-Estar; Infraestrutura e Mobilidade Urbana; Desenvolvimento Socioeconômico e Ordem Pública e Sustentabilidade.

Para cada pilar, os municípios são separados em três categorias de avaliação, de acordo com o tamanho da população local: até 30 mil habitantes; entre 30 e 100 mil habitantes; e acima de 100 mil habitantes.

E aqui encontramos o detalhe; e a vergonha.

A Paraíba conta apenas com três Municípios com população superior a 100 mil conterrâneos (Patos, João Pessoa e Campina Grande), o que significa dizer que a concorrência entre eles foi quase nada… Razão maior para se dizer que ganhar o tal OSCAR não seria lá uma coisa do outro mundo.

Pois muito bem, apesar do press-release da PMCG informar que a Rainha da Borborema foi a grande campeã do Prêmio é doloroso atestar que tudo não passa de um engodo. Deplorável engodo, há de ser lamentavelmente realçado.

E nem precisa ter olhos de Marcos Marinho, nem faro de Marcos Marinho, para se apurar essa indecência de Fake News oficial.

Dos cinco pilares em que Campina Grande foi avaliada, ela perdeu em quatro e só ganhou no de ‘SUSTENTABILIDADE’.

João Pessoa ganhou em três pilares: ‘GOVERNANÇA, EFICIÊNCIA FISCAL E TRANSPARÊNCIA’, ‘DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO’ e ‘INFRAESTRUTURA E MOBILIDADE URBANA’.

E Patos, a capital do nosso Sertão, abocanhou um pilar: ‘SAÚDE E BEM ESTAR’.

Por essas e outras é que carimbar a gestão Bruno Cunha Lima de DESASTRE, como fez com fartos e indesmentíveis argumentos o confrade Olímpio Rocha, é a mais pura das verdades.

E, antes que eu me esqueça: divulgar e propagar FAKE NEWS é crime!