Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
NÚMEROS REAIS DA PESQUISA DATAVOX DEIXAM CÍCERO NO MESMO PATAMAR DO 1º TURNO DE 2020
Publicado em 8 de março de 2024Pesquisa não vence eleição, não projeta candidato e, quando manipulada provoca efeito reverso nas probabilidades de sucesso do postulante. Debruçando-nos sobre os números do Instituto Datavox – publicou ontem pesquisa de intenção de votos na Capital devidamente registrada no TRE-PB – observamos que o prefeito Cícero Lucena, em plena campanha há quatro anos, visto pelo menos duas vezes ao dia em todos os blogs e Portais de Notícia da Capital com alcance em todo o Estado, ainda está muito distante de atingir um percentual que corresponda ao volume de obras, serviços e ações de sua gestão, fatos divulgados ou documentados através das redes sociais.
A amostragem aplicada em cinquenta bairros da capital entrevistou 784 pessoas. Um universo diminuto, em relação ao desejado. Os candidatos serão votados em todos os bairros da cidade. Intervalo de confiança de 95%, margem de erro 3.5%. Com sensacionalismo, a divulgação chama atenção do leitor, ouvinte ou telespectador, para os índices colhidos em campo: Cícero Lucena 39,6%; Luciano Cartaxo 12,4%; Ruy Carneiro 8,9%; Marcelo Queiroga 3,2%; Pastor Sérgio Queiroz 2,7% e Celso Batista (PSOL) 0,3%. Infelizmente, ocultam dados que prejudicam o melhor posicionado.
Dúvidas questionadas: por que a “seletividade” de apenas cinquenta bairros, e qual o critério utilizado para a escolha? Indicação ou sorteio? O número dos bairros pesquisados representa percentualmente qual índice do eleitorado total da Capital?
A divisão sócio/comportamental de João Pessoa é complexa. O que pensa o eleitor da área influenciada pelos residentes da orla é o oposto dos habitantes dos bairros populosos, carentes e periféricos. Diferente do Rio de Janeiro, por exemplo, onde os eleitores da Zona Sul se identificam com as mesmas escolhas dos moradores das “Comunidades”, hoje voltada a serem denominadas de “favelas” pelo IBGE.
Vamos aos números – que não mentem – mesmo quando observados em perspectivas ou ângulos distintos. Do total de entrevistados, 17,5% se declararam indecisos. 15,3% pretendem votar em branco ou nulo. Somados, alcançam o total de 32,8% do eleitorado destes cinquenta bairros (1/3) de sua população, que ainda não fizeram suas escolhas, nem revelaram suas preferências. Apenas 61,2% já demonstraram intenção de voto. Cícero Lucena com 39,6% dos votos, num universo de 61,2%, alcançou 24,3% do eleitorado destes bairros pesquisados.
Nas eleições de 2020, o prefeito da Capital chegou ao segundo turno com 20,72% dos votos válidos. Números que se comparados ao resultado da pesquisa, olhando no retrovisor 2020 e adicionando a margem de erro de 3,5%, Cícero tem a mesma performance de quatro anos atrás: 20,3% + 3,5= 23,8% em apenas cinquenta bairros.
Já se passaram quatro anos de trabalho intenso, no seu limite máximo, diuturnamente tentando conquistar o povo. Onde errou, ou erraram sua equipe de comunicação? Há quatro anos (2020) Cícero não tinha o que mostrar. Só relembrar o que havia feito no passado. Como irá doravante crescer, ou alavancar sua campanha? Tempo exíguo – sete meses para o primeiro turno – só lhes resta descobrir um método semelhante ao “ovo de Colombo”. E, continua lutando para chegar ao primeiro turno.