Valberto José
Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.
Ninguém se perde na volta, imagine um padre
Publicado em 18 de abril de 2022“Ninguém se perde no caminho da volta, porque voltar é uma forma de renascer”. Uma ironia, quem sabe uma heresia, saudar um padre com a frase marcante de um homem que falava, dizem, trincando os dentes; este, meneio de quem carrega sentimento de raiva, ira ou ódio no coração. Mas, se me exponho à excomunhão, dobro o joelho suplicando o perdão.
O retorno de padre Cledson, após o exercício sacerdotal de seis anos em terras gaúchas, atendendo às necessidades da igreja e da ordem a que pertence, alegrou os paroquianos de Nossa Senhora Aparecida no território de Campina Grande. Para a Equipe de Nossa Senhora da Guia, do qual fazemos parte com mais cinco casais, é uma providência divina.
A volta do presbítero ararense também é uma dádiva reparadora do Pai pela perda do Padre Hachid, que deixou órfã a nossa equipe na prematuridade de sua partida. O saudoso sacerdote era o nosso Conselheiro Espiritual desde seminarista e após a transferência de Cledson para Caxias do Sul.
A bondade de Deus não deixou que nossas inquietações se transformassem em preocupação, na ausência de um pastor a nos guiar os passos de equipistas. Providenciou, portanto, a volta de um sacerdote sobremaneira identificado com o movimento e bastante querido pelos casais. Demos Graças a Ele.
Na verdade, não é um retorno na expressão da palavra, pois Padre Cledson, embora ausente fisicamente, sempre esteve conosco espiritualmente; também nas vindas anuais em período de férias, quando fazia questão de um encontro presencial que só a pandemia impediu. Certeza, também, de que sempre estivemos em suas orações. Em resumo, ele saiu da nossa equipe, mas a equipe não saiu dele.
“Vocês entregaram um filho a Deus e receberão a mim, como outro”, disse padre Cledson nos primeiros contatos que tivemos, via WhatsApp, logo após a partida eterna do filho Glauber, colocando-se à disposição para uma visita em nossa casa. Como já se encontra em solo paraibano, vamos agilizar esse encontro.
Garanto que minha mãe, padre, vai abençoar essa adoção, pois estou convencido ser sonho dela ter um filho sacerdote. Como não realizou esse sonho, ficará imensamente feliz com o padre neto, na condição de parentalidade adotiva. Ela, que já vive a felicidade de abençoar e amar um casal de netos adotados por dois dos meus irmãos.