Marcos Marinho

Jornalista, radialista, fundador do ‘Jornal da Paraíba’, ‘Gazeta do Sertão’ e ‘A Palavra’, exerceu a profissão em São Paulo e Brasília; Na Câmara Federal Chefiou o Gabinete de Raymundo Asfóra e em Campina Grande já exerceu o mandato de Vereador.

Nem a mãe do Criador

Publicado em 20 de abril de 2023

Ele já vinha avisando, há meses. Em leve tom de ameaça, sei bem disso, mas não por decisão própria, pois acho que a ameaça maior estava sendo sobre ele mesmo.

E como ele nunca foi da gente acreditar nas suas “lorotas”, que serviam somente para nos alegrar e divertir, prá gente dar risadas de ter que segurar os culhões, e para termos um correr do dia mais descrente das maldades humanas, eis que o aviso vira realidade, lamentavelmente!

Nessas mais de ‘algumas’ décadas que celebro amizade com ele – e feliz por saber da reciprocidade existente – nunca fui apresentado a ela, aquela que lhe dá ordens e manda nele em tudo.

E ai dele se um dia se atrever a desobedecê-la!

Por isso, minha súplica, em tom de prece, não dirigo a ele, mas obviamente a ela. Como no Auto da Compadecida, o pedido vai para a Mãe, que Pai só tem direito e só serve para botar as contas de casa em dia.

Ela, é bom avisar desde agora ao meu leitor, não foi quem pariu ele. Mas, como ‘castigo’ (dizem que teria sido por Bênção) divino, ela aportou nas suas paragens para botar-lhe nos trilhos, coisa que a História registra que nem a mãe de sangue conseguira.

O certo é que eu, particularmente, estou P da vida com ele! E só não mando ele para a famosa PQP porque nem uma das duas – a que pariu e a que não pariu – mereceriam como castigo terem-no de volta. Embora a segunda coitada, esta que lhe impõe ordens diárias, o ature como nenhum outro ser vivo conseguiria.

Já não tenho mais – nem os seus outros milhares de órfãos – a alegria e o prazer de assim que o Sol bota a cara no mundo apreciar as suas PRIMEIRAS DO DIA. Nem a ‘coluna social’ das DOMINGUEIRAS, muito menos conferir para quem ele dirigia os ABRAÇOS SABADAIS.

O luto é geral!

E volto à súplica: Dona Cacilda, pelo amor de Deus e para o bem dos leitores do seu teimoso e imprevisível marido, dê-lhe logo um VALE NIGHT e o libere para voltar a dedilhar o teclado do computador nessas madrugadas geladas aí de Bananeiras, antes que tenhamos no Estado uma leva de suicidas, ceifados que estamos das notas publicáveis e também das impublicáveis saídas do gênio armazenado na cachola desse BUNITÃO que só os seus olhos acreditam ser.

Eu, cá comigo, acredito que ele não quer mais escrever é só por pura preguiça. O cartão vermelho de Dona Cacilda não passa de lero-lero, que a gente sabe que ela é mais do que santa. Afinal, aturar um marido desses, nem a mãe do Criador!