Na revanche do litoral João Azevedo e PSB derrotaram Nilvan em Santa Rita
Publicado em 9 de outubro de 2024A ousada empreitada do radialista Nilvan Ferreira – respaldado pela sua gigante audiência no rádio e TV – encorajado pelo seu público admirador, decidiu desafiar as grandes estruturas políticas da Capital, a partir do prefeito Cícero Lucena e Ruy Carneiro nas eleições de 2020. Perdeu por pouco, e no segundo turno.
Destemido, não medindo a altura do “sarrafo”, partiu para competir diretamente com o governador João Azevedo. Enfrentou três “máquinas”: PMJP, Governo do Estado e PMCG. Mas, arrancou das urnas 406.604 votos – levando o pleito para o segundo turno – impondo derrotas acachapantes ao governador nos maiores colégios eleitorais do Estado, inclusive João Pessoa e região metropolitana.
Nilvan era uma nova liderança que surgia como força política renovadora, lançada e apoiada pelo povão. Uma ameaça real à velha política comandada pelos Caciques, que comandam suas tribos (legendas).
Só não alcançou o segundo turno das eleições de 2022, para o governo do Estado, pelo forte boicote que sofreu, a partir de sua própria legenda. Artur Bolinha, seu vice, através de cotas junto a seus amigos, conseguiu recursos – bem aquém do necessário – para manter a campanha, a partir da gasolina para abastecer o carro do candidato que não tinha como percorrer o Estado. Realização de comícios e mobilizações, nas principais cidades polos, não aconteceram. Faltou dinheiro.
Passado o susto de 2022, João Azevedo, Aguinaldo Ribeiro/Daniella e Cícero Lucena, que têm projeto de poder, se dedicaram à tarefa de imobilizar Nilvan Ferreira e Ricardo Coutinho. A ideia era achatá-los, desviando seus focos para disputa pela prefeitura de Santa Rita. Lançaram a isca para Ricardo Coutinho, que por pouco não foi fisgado. Mas, Nilvan não resistiu. Se tivesse adotado a postura da jornalista Cristina Graeml, Jovem Pan (Curitiba-PR) que, na falta de legenda, procurou o PMB – Partido da Mulher Brasileira, sem tempo de rádio TV e Fundo Partidário, teria escapado.
O PMB é uma legenda morta, que não tem nenhum filiado com mandato no país. Foi a única alternativa para Cristina não trair seus princípios, fundamentados na Direita Cristã Conservadora Bolsonarista, mesmo sem ter merecido a atenção do próprio Bolsonaro. Chegou ao segundo turno, enfrentando o candidato do governador Ratinho Júnior (PSD), com um vice do PL, praticamente empatados. Doravante, agora disporá do mesmo tempo de rádio e TV, para esmagar seu adversário. Por que Nilvan não fez o mesmo? Procurou qualquer legenda “nanica” e disputou o primeiro turno na Capital? Nilvan derrotou humilhantemente o governador há dois anos, em Santa Rita, com 22.090 (32,74%); Pedro Cunha Lima 16.792 (24,45%) João Azevedo 15.538 (23,03%). Será que ele achou que seria perdoado pelo seu feito?
Sua chegada em Santa Rita foi uma festa. Todos o procuraram. Faltou prudência para administrar os 42% iniciais. Provavelmente, mal assessorado, agindo pela emoção, enveredou pelo instinto da vingança, cometendo um erro primário e mortal que nenhum político experiente e racional perpetraria. Abraçou seus dois maiores inimigos, João e Cícero, na ansiedade de vencer o pleito, antes da apuração dos votos.
Seu eleitorado ficou perplexo, desatinado e decepcionado. O Nilvan humilde e pobre, passou a ser arrogante e rico. Faria uma campanha com a dinheirama do governo do Estado e PMJP. Sentiram-se traídos e subliminarmente o julgaram oportunista.
O dinheiro de João e Cícero não chegou. O voto que seria gratuito, agora tinha preço. A “picaretagem” que permeia o meio começou a desconstruir sua imagem, pela falta de compromissos não cumpridos. Perdeu uma campanha ganha por antecipação.
Como existe sempre uma oportunidade de se redimir, para se manter vivo, e reconquistar seu povo, resta a Nilvan uma “mea culpa”. Pedir perdão ao povo e confessar que foi ludibriado. Voltar às suas origens, procurando principalmente Sérgio Queiroz, que nunca soltou sua mão, e dizer repetidas vezes ao povo que foi enganado. Como todo humano, errou. Mas, é digno de uma chance, para corrigir suas falhas. Voltar a mergulhar na periferia de João Pessoa e derrotar quem quis sepultá-lo agora. A vida começa todos os dias. Com Sérgio Queiroz, Cabo Gilberto e Walber, existe a premissa de em 2026, tentar uma vaga na Casa Epitácio Pessoa.
Fonte: Da Redação (Por Júnior Gurgel)