

Júnior Gurgel
Jornalista político, memorialista e Ghost writer. Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo.
NA DEPENDÊNCIA DO APOIO DE JOÃO AZEVEDO ADRIANO GALDINO NÃO SERÁ CANDIDATO A GOVERNADOR
Publicado em 28 de fevereiro de 2025O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adriano Galdino, vem tendo sua pretensão “majoritária” obstaculada com desdém – de forma humilhante – pelo governador João Azevedo. O pré-candidato a governador, com seu nome lançado a mais de um ano, não recebeu a mínima atenção, e é ironizado pelo Palácio da Redenção.
Não obstante, sem enxergar a frieza do tratamento que lhes dispensa o governador, Adriano Galdino não se limita em distender elogios ao atual inquilino do Palácio da Redenção, apoiando suas ações, se desdobrando em cortesias e afagos, na esperança de reconhecimento pelo seu trabalho na Casa Epitácio Pessoa. Não há registros de reciprocidades, como contrapartida, pelos seus gestos voluntariosos.
João Azevedo, além de ignorar, desconhece a palavra e o sentimento que representa a “gratidão”. A dislexia política funcional de Adriano Galdino não enxerga o escárnio que ora se submete, através de seus atos genuflexos, curvando-se a todos os desejos do governo. Se João Azevedo cultivasse a “gratidão” como sentimento, jamais contrariaria quem o pôs no Palácio da Redenção, sacrificando sua carreira política. Deu as costas a seu “criador”, Ricardo Coutinho, que pediu a sua “criatura” um gesto de união para se fortalecerem e enfrentarem a “Operação Calvário”: “ninguém solta a mão de ninguém”. João soltou todas, e segurou apenas a do secretário Nonato Bandeira.
Adriano Galdino barrou a CPI do Padre Zé. Evitou o desmonte e o inevitável desgaste da gestão João Azevedo, preservando dois de seus secretários, envolvidos até o pescoço. Os desmandos de Tibério Limeira são irreparáveis. Pollyanna Dutra, conselheira política do governador, pôs sua genitora na instituição e tem comprovantes de saques no valor de 50 mil reais. Dois pesos e duas medidas. João não largou as mãos de Tibério e Pollyanna.
No auge da “Operação Calvário”, Adriano Galdino não recuou diante das ações do GAECO. Agigantou-se, fez cumprir a Constituição, e não se acovardou como Arthur Lira, que permitiu a prisão do deputado federal Alexandre Silveira. Segurou a mão de Ricardo Coutinho, e evitou a prisão de dois parlamentares, aliados do “socialista”.
A pergunta que não cala: por que João Azevedo nunca fez um gesto de apoio às pretensões de Adriano Galdino? Represália, por ter posto água no seu chopp do projeto político de 2022. A intenção de João Azevedo era eleger Pollyanna Dutra senadora. Hoje ela seria sua candidata a governadora. Quem derrotou Pollyanna? Adriano Galdino, votando em Efraim Filho. João pode até votar em Adriano, forçado pelas circunstâncias. Mas, jamais dará um único passo, para consolidar sua vitória.
Recentemente, João Azevedo lançou Pollyanna e Tibério, respectivamente, para a Câmara dos Deputados e ALPB. Vai tomar a vaga de Gervásio Maia e Ricardo Barbosa. Dificilmente o PSB elegerá dois deputados federais, sobretudo se permanecer o atual quadro de queda vertiginosa do PT e esquerdas. Ricardo Coutinho escapará. É prestigiado pelo diretório nacional da legenda, escolhido previamente por Zé Dirceu como um dos reconstrutores das esquerdas, num novo formato, saindo dos extremos e se reinventando no centro (esquerda).