Museu de Arte recebe lançamento do livro “Recordação de Vida”, de Rosa Amélia Vitorino
Publicado em 12 de junho de 2024Nesta quinta-feira (13), às 19h, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, recebe o lançamento do livro “Recordação de Vida: Troca de Saberes”, da professora Rosa Amélia Vitorino Guimarães. O evento tem entrada franca.
Compondo a mesa de abertura figuram a autora; Ida Steinmüller e Wanderley de Brito, gestores do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG); a advogada e poeta Maria do Socorro Batista Gomes; o designer Gibram Yásser Vitorino Batista de Almeida, que responde pela capa do livro; e o docente da Universidade Federal da Campina Grande (UFCG) e poeta Roniere Leite Soares.
A obra dispõe de 193 páginas e sai pela Grafep – Gráfica e Editora, com prefácio da registradora civil Elvira Maria Albino Farias e apresentação do padre Sérgio Francisco Leite. Trata-se de um livro de memórias, compreendendo relatos da infância, adolescência e da vida adulta de Rosa Amélia. É uma narrativa corajosa, em cujas linhas ela fala, por exemplo, da violência obstétrica que sofreu, numa época em que pouco se comentava sobre o assunto, da depressão pós-parto, e do assassinato do filho, Leonardo Vitorino Guimarães, aos 19 anos, em junho de 2004, no Parque do Povo.
Porém, como pontua Guimarães Rosa, em “Tutaméia: Terceiras estórias” (1967), “viver é um rasgar-se e remendar-se”. E, de fato, a autora costura formidavelmente a própria existência — a capa do livro, não por acaso, é uma colcha de retalhos — mostrando de que maneira ela teceu e fortaleceu seus fios de fé na vida, participando ativamente da Associação Campinense de Apoio às Vítimas de Violência (ACAV), apoiando e integrando eventos relacionados ao tema, realizando campanhas de conscientização, fazendo trabalho voluntário, colaborando em fóruns de Direitos Humanos, enfim, espalhando beleza pelo mundo, malgrado a dor sentida, conforme assinala o padre Sérgio.
Rosa Amélia também traz à luz lembranças muito vívidas de quando morava no então Distrito de Boa Vista, detalhando seu cotidiano escolar, as brincadeiras na fazenda da família e a doçura do pai, acolhedor e amoroso, contrariando o relato de quase todas as suas amigas de infância acerca de suas figuras paternas, consideradas frias e distantes.
“A autora aborda suas vivências, acontecimentos importantes e marcantes, buscando fontes remotas, próximas e atuais, registrados pela escrita e por imagens. Com esse trabalho, ela nos deixa o ensinamento de que o mais importante é decidir, fazer a escolha pela fé e esperança, como sustentação e superação, colocando cor e alegria na construção da nossa história”, explica Elvira Maria Albino Farias.
A escritora Rosa Amélia Vitorino Guimarães é graduada pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e pós-graduada pela UEPB. Natural de Boa Vista, no Cariri paraibano, exerceu o magistério na rede municipal de ensino de Campina Grande. É membro da Cáritas Diocesana de Campina e líder e facilitadora da Pastoral da Pessoa Idosa (PPI), integrando, na atualidade, diversos movimentos sociais.
Fonte: Oziella Inocêncio