Mulheres cansam de ser vereadoras em Campina, bancada de sete já caiu para três e pode ficar apenas em duas

Publicado em 13 de junho de 2022

Na sexta feira 01 de janeiro de 2021 a Câmara Municipal de Campina Grande viveu um momento histórico, celebrado pelo feminismo em toda a Paraíba como algo da mais alta representatividade, como de fato o foi: a posse solene, em um colegiado sempre majoritariamente masculino, de sete mulheres como vereadoras do Município.

Aliás, algo nunca d’antes acontecido em nenhum Poder Legislativo municipal paraibano, quiçá nordestino, Casas que – como no caso especial de Campina Grande – quando muito, conseguiam ter apenas uma representante do sexo feminino.

A atual legislatura da Casa Félix Araújo, em Campina Grande, foi instalada naquele dia com 23 nomes, sendo sete deles – vale a pena repetir – do sexo tido como frágil.

E Campina Grande atendia assim, de modo robusto, ao pedido nacionalmente encetado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que a força feminina avançasse na vida político-partidária no País e aumentasse quantitativamente seu percentual nos assentos dos Poderes Executivo e Legislativo.

Mas, passados 17 meses e meio daquele já distante 01 de janeiro de 2021, a representatividade feminina na Câmara Municipal de Campina Grande já registra um gigante golpe que, por mais incrível que possa vir a parecer, não tem sido perpetrado por homens, mas por elas mesmas – as mulheres-vereadoras da Casa.

Das sete que tomaram assento no plenário em janeiro do ano passado, apenas três ainda comparecem às sessões ordinárias para exercerem o direito de voto conquistado nas urnas. As outras quatro enveredaram pelo mesmo censurável caminho da maioria dos homens a quem tomaram lugar: negociaram o mandato com suplentes e se licenciaram mostrando um precoce “cansaço” do lugar para o qual – os afastamentos comprovam – mostram que infelizmente ainda não estavam preparadas para ocupar.

Das sete edis, três delas foram prestigiadas com cargos na Mesa Diretora: Eva Gouveia (PSD), com a Primeira Vice-Presidencia; Valéria Aragão (PTB), com a Terceira Vice-Presidência; e Jô Oliveira (PCdoB) com a Segunda Secretaria.

Diferentemente dos afastamentos para cuidar de Saúde, as licenças para trato de interesse particular, como as das quatro vereadoras, são uma anomalia regimental, por representarem na verdade um golpe no eleitor que escolheu uma pessoa que na prática não quer lhe representar. E nesse especialíssimo caso da bancada feminina, uma frustração para toda a Paraíba e também para a Justiça Eleitoral que continua incentivando a presença de mulheres nos poderes constitucionais da Nação.

É provável que até final deste mês a bancada feminina campinense fique ainda menor, uma vez que Fabiana Gomes (PSD), esposa do ex-vereador Nelson Gomes, já anunciou estar disposta a tirar licença para acompanhar o marido na campanha eleitoral, onde vai disputar uma das cadeiras da Assembleia Legislativa.

QUEM SÃO

São vereadoras eleitas da atual legislatura em Campina Grande:

– Fabiana Gomes (PSD);

– Ivonete Ludgério (PSD);

– JÔ Oliveira (PCdoB);

– Eva Gouveia (PSD);

– Carol Gomes (PROS);

– Valéria Aragão (PTB); e

– Dona Fátima (PODEMOS).

As que estão licenciadas são Eva Gouveia, Carol Gomes, Valéria Aragão e Dona Fátima.

Fonte: Da Redação