
Valberto José
Jornalista, habilitado pelo curso de Comunicação Social da Universidade Regional do Nordeste (URNE), hoje UEPB. Colunista esportivo da Gazeta do Sertão e d’A Palavra, passou pelo Diário da Borborema e Jornal da Paraíba; foi comerciante do setor de carnes, fazendo uma pausa de 18 anos no jornalismo.
Mulher bem amada
Publicado em 29 de março de 2022O Dia da Mulher é 8 de março, mas eu tenho motivos para comemorá-lo em mais duas oportunidades, se possível até o mês inteiro, caso a disposição e as condições permitam. Duas das minhas mulheres são nascidas no mês, assim como todas as minhas mulheres são nativas de Áries.
Calma, gente. Não pensem besteiras, pois no quesito que vocês podem estar pensando, fui mal aluno na escola familiar em que fui criado e nas aulas avulsas onde trabalhei ou das lições incentivadoras que os amigos voluntariamente me passaram nos bares da vida.
Neste mês das mulheres, festejo o nascimento de Margarida, aquela que me levou ao altar, e o de Morgana, a filha que nos encanta; ainda comemoro a natividade de Dona Cleonice, aquela que me trouxe ao mundo, na primeira semana de abril. Portanto, meu trio fêmeo é ariano.
Essas mulheres da minha vida têm em comum a característica de não aparentar o tanto de anos que reúnem em idade. Como diria o poeta Flávio Leandro, somente apresentando o RG. “Ela é tão novinha para casar”, disse amiga minha ao saber que Morgana tinha marcado o casamento.
Ninguém acredita que minha mãe fará 82 anos no próximo dia sete. “Tua irmã?”, brincou certa vez amiga de comunidade quando, na igreja, apresentei Dona Cleonice. “Tive 13 filhos e trabalhei (além de cuidar da casa, foi costureira) muito”, costuma receitar ao ser perguntada sobre a jovialidade na aparência.
Minha consorte faz parte do time de mulheres que não confirmam a idade nem a pau, feito minha avó, que se foi com 100 anos e somente tive a certeza de seus anos quando alcançou 80. “Tenho 34, doutor”, dizia, rindo, ao ser indagada pelos médicos.
Margarida muda logo o semblante se numa conversa o assunto é contagem de anos. Lamento e respeito, pois quem passa tempo sem vê-la admira sua aparência conservada. “Você não muda” ou “os anos não passam para você”, são frases que costuma ouvir.
No tempo que fiz parte da equipe do Jornal da Paraíba, colegas, principalmente do sexo feminino, já admiravam essa jovialidade de minha amada. Certa vez, algumas delas comentavam comigo sobre isso e Ana Lúcia Monteiro, chefe de redação, apontou a causa, diria uma das causas. “Sabe o que é isso: mulher bem amada”.
A FLOR DO PAJEÚ
No meio de semana, postei no grupo da família a seguinte mensagem em comemoração à mais uma data natalícia de minha “flor do Pajeú”, pernambucana que é, de Itapetim:
“Hoje é o dia daquela flor que brotou nas paisagens áridas do Pajeú e, ainda no frescor de seu desenvolvimento, migrou para a Serra da Borborema e encontrou, no contraste de uma Campina Grande fria, a fertilidade necessária para medrar-se. Essa Campina também foi solo propício de conservação e é com um corpo e uma aparência belamente conservados que essa flor é merecedora hoje de nossos parabéns.”